Investidores estão fugindo da China. E isso poderia beneficiar o Brasil (Thomas Peter/Reuters)
AFP
Publicado em 30 de setembro de 2021 às 07h55.
A China pediu aos bancos que estabilizem o mercado imobiliário e evitem a especulação, em meio a temores de que a dívida do consórcio Evergrande afete todo setor.
Com mais de US$ 300 bilhões em dívidas que vem tentando saldar, a incorporadora imobiliária Evergrande corre o risco de um colapso que ameaça a economia nacional e mundial.
Em uma reunião na quarta-feira (29), o Banco Popular da China (Banco Central) disse que o setor financeiro do país deve cumprir as metas de "estabilizar os preços de terrenos e moradias" e "insistir em não usar os imóveis como estímulo econômico de curto prazo", segundo um comunicado publicado na Internet.
O comunicado da reunião com a comissão reguladora de bancos e seguros não citou especificamente a Evergrande, empresa que tem sua sede na cidade de Shenzhen (sul).
O texto envia, no entanto, um sinal claro de que as autoridades temem o impacto e as consequências da crise da Evergrande no setor imobiliário chinês, sujeito a restrições cada vez mais rígidas para evitar especulações.
Até então, Pequim vem se negando a ajudar o conglomerado e, segundo a imprensa chinesa, o governo local de Shenzhen abriu uma investigação do braço de investimentos de Evergrande.
Para cumprir o pagamento de suas obrigações, a Evergrande começou a liquidar ativos, incluindo a venda de uma participação de US$ 1,5 bilhão em um banco regional chinês para uma empresa estatal.
Também chegou a um acordo, na semana passada, para pagar os juros de um título em yuans, a moeda chinesa.