Hong Kong: funcionário chinês disse que as medidas adotadas pela polícia de Hong Kong foram “necessárias, razoáveis e legais” (Carlos Barria/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 11h44.
Hong Kong - Uma autoridade chinesa disse à mídia estrangeira em Hong Kong nesta quarta-feira que a China vê interferência de forças exteriores nas manifestações pró-democracia da cidade e pediu aos jornalistas de órgãos internacionais que relatem os fatos “objetivamente”.
"Desde a ocorrência deste evento, pelos comunicados, pela retórica e pelo comportamento de forças exteriores, como figuras políticas e alguns parlamentares e veículos de mídia, acho que este tipo de interferência certamente existe”, declarou a autoridade aos repórteres, falando sob condição de anonimato.
Foi a primeira vez desde os protestos, que a China e o governo de Hong Kong consideram ilegais, que uma autoridade do governo central se encontrou com a mídia estrangeira em Hong Kong e fez tal pedido.
Hong Kong, governada segundo o modelo “um país, dois sistemas”, deveria ter um alto grau de autonomia, incluindo liberdade de imprensa e de expressão, mas grupos pró-direitos humanos e de mídia vêm alertando para a deterioração da situação nos últimos anos.
"Esperamos que o mundo exterior respeite (o modelo) um país, dois sistemas, respeite o governo de Hong Kong para que este lide com a situação nos termos da lei e não envie qualquer sinal equivocado para esta atividade ilegal”, acrescentou o funcionário.
Oficialmente, Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da China.
“Eu também notei que a mídia, em sua maior parte, vem tentanto fazer reportagens equilibradas e objetivas. Espero que vocês continuem assim e mantenham esse ímpeto de reportagens objetivas e justas.” Mais cedo nesta quarta-feira, autoridades de Hong Kong afirmaram que os policiais envolvidos no espancamento de um manifestante pró-democracia serão afastados depois que uma filmagem do incidente acontecido de terça para quarta-feira foi amplamente divulgada na Internet, despertando revolta de alguns legisladores e do público.
O funcionário chinês disse que as medidas adotadas pela polícia de Hong Kong foram “necessárias, razoáveis e legais”, e fez referência ao fato de que a polícia de Nova York usou a força para lidar com as manifestações do movimento Occupy Wall Street.
O funcionário declarou que o governo central “apoia firmemente” o executivo-chefe de Hong Kong, Leung Chun-ying, mesmo depois de parlamentares locais terem solicitado à agência anticorrupção da cidade que investigue Leung por causa de um pagamento de 6,4 milhões de dólares que ele recebeu de uma empresa de engenharia australiana no exercício da função.