Homenagens a Nelson Mandela: também foi pedido à imprensa local que não se estenda demais ao mencionar a vida amorosa de Madiba (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 12h40.
Pequim - As autoridades chinesas de propaganda ordenaram aos meios de comunicação do país asiático que "sejam prudentes" na hora de informar sobre a morte e as cerimônias religiosas do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e que não usem sua figura para criticar os direitos humanos na China.
Segundo uma circular do departamento de propaganda do regime, à qual teve acesso o jornal independente "South China Morning Post", todos os comentários em blogs e microblogs "que se aproveitarem do funeral de Mandela para atacar nossos sistemas políticos e líderes estatais serão imediatamente apagados".
Além disso, "jornais e sites devem ser prudentes na hora de selecionar materiais e devem informar apropriadamente" sobre a figura do falecido líder sul-africano, ícone da luta contra o apartheid.
Também foi pedido à imprensa local que não se estenda demais ao mencionar a vida amorosa de Madiba, que teve três esposas.
É muito comum que as autoridades chinesas enviem circulares aos meios de comunicação nacionais dando ordens de como informar determinadas questões delicadas, especialmente em temas sobre direitos humanos na China ou que tenham causado polêmica na imprensa internacional.
Mandela foi utilizado frequentemente como um modelo a ser seguido por dissidentes e presos políticos chineses, que nesta semana renovaram os pedidos de libertação do também Nobel da Paz Liu Xiaobo, no 5º aniversário de sua detenção.
O vice-presidente chinês, Li Yuanchao, é o representante do gigante asiático na cerimônia religiosa em memória de Mandela, realizada nesta terça-feira em Johanesburgo.