Agência
Publicado em 14 de março de 2025 às 15h23.
Hohhot, capital da Região Autônoma da Mongólia Interior, no noroeste da China, anunciou um subsídio de até 100 mil yuans (US$ 13.800) para famílias que tenham um terceiro filho. A iniciativa se soma a medidas semelhantes adotadas por outras cidades chinesas na tentativa de conter o envelhecimento populacional.
Segundo detalhes divulgados pela comissão de saúde de Hohhot, famílias que receberam um terceiro filho a partir de 1º de março recebem 10.000 yuans (US$ 1.380) anuais até que a criança complete 10 anos. O programa também prevê um pagamento único de 10.000 yuans para o primeiro filho e um auxílio anual do mesmo valor para o segundo filho até os cinco anos de idade.
O anúncio teve impacto imediato no mercado financeiro. As ações do fabricante de produtos materno-infantis Aiyingshi [SHA: 603214], da gigante de fórmulas infantis Beingmate [SHE: 002570] e da New Hope Dairy [SHE: 002946] subiram até o limite diário de 10%, fechando a 21,29 yuans, 4,62 yuans e 15,30 yuans (US$ 2,94, US$ 0,64 e US$ 2,11) por ação, respectivamente.
Embora os subsídios sejam locais e não façam parte de uma política nacional, representam um sinal positivo para o setor, afirmou Song Liang, analista independente da indústria de laticínios, ao jornal Yicai. No entanto, ele pondera que o impacto na taxa de natalidade a longo prazo ainda é incerto, já que as barreiras sociais e econômicas continuam a desestimular a decisão de ter filhos.
O governo chinês reforçou políticas para estimular a natalidade, incluindo subsídios, ampliação da oferta de serviços de cuidado infantil e investimentos em educação. Até ao momento, 23 províncias e cidades chinesas já testaram programas de incentivos financeiros, embora com valores inferiores aos de Hohhot. Na província de Yunnan, por exemplo, o governo oferece 2.000 yuans (US$ 275) pelo segundo filho e 5.000 yuans (US$ 690) pelo terceiro.
A queda da taxa de natalidade na China representa um desafio para setores como laticínios e produtos materno-infantis. Estudos indicam que os incentivos financeiros podem ajudar a aumentar a disposição das famílias para terem filhos, mas os especialistas alertam que fatores como o custo de vida e as mudanças culturais também desempenham um papel crucial na decisão. [Grifar] A mudança nas preferências e a crescente carga financeira enfrentada pelas famílias são desafios persistentes.