Até esta quinta-feira, as autoridades chinesas ainda denunciavam a presença "ilegal" de tropas fronteiriças da Índia (Daniel Berehulak/Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 08h52.
Xangai - O governo da China exigiu da Índia a retirada imediata das "tropas invasoras" do lado chinês da região fronteiriça de Doklam, e que aborde rapidamente o conflito para restaurar a paz na região.
"As forças armadas chinesas defenderão a soberania territorial e os interesses de segurança do país", advertiu um porta-voz do Ministério de Defesa da China, Ren Guoqiang, em um comunicado divulgado na noite de quinta-feira em seu site.
No último dia 16, a China acusou tropas indianas de terem entrado ilegalmente em seu território com o objetivo de interromper as obras de uma estrada na zona fronteiriça de Doklam (também conhecida como Donglang), que Pequim disputa com o vizinho Butão, que pediu ajuda a Nova Délhi, seu tradicional aliado.
Até esta quinta-feira, as autoridades chinesas ainda denunciavam a presença "ilegal" de tropas fronteiriças da Índia "em território chinês".
"Desde que ocorreu o incidente, a China demonstrou boa vontade e tentou contato com a Índia através dos canais diplomáticos para solucionar o incidente", afirmou Pequim em comunicado.
Além disso, "as forças armadas chinesas também mostraram um alto nível de moderação com vistas às relações bilaterais gerais e à paz e à estabilidade regionais", acrescentou o governo chinês.
No entanto, Pequim advertiu no texto que sua paciência poderia estar acabando. "Nenhum país deve subestimar a confiança e a capacidade das forças chinesas para garantir a paz, e a sua resolução e vontade para defender os interesses nacionais de soberania, segurança e desenvolvimento", acrescentou o governo da China no texto.
Há poucos dias, ocorreu em Pequim um encontro entre os responsáveis de segurança dos cinco países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e, precisamente, o conflito fronteiriço se converteu no foco de atenção da reunião.
O encontro fez parte das reuniões prévias à cúpula dos líderes dos Brics que acontecerá dentro de um mês em Xiamen, no sudeste da China.