Altas autoridades dos dois países estão reunidas em Pequim (AFP/Nicholas Kamm)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Pequim - Estados Unidos e China, primeira e terceira economias mundiais, respectivamente, abriram nesta segunda-feira, em Pequim, uma reunião anual de altos dirigentes com o objetivo de estreitar os laços comerciais destas duas potências e superar divergências, num contexto de crise na península coreana.
"Nossas economias se tornaram inseparáveis", declarou o vice-primeiro-ministro Wang Qishan.
"Ambos os países foram amplamente beneficiados com a abertura do comércio e dos investimentos", declarou, por sua vez, o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, defendendo "um sistema de comércio mundial mais aberto, no qual os países podem competir igualmente".
Apenas do lado americano, 200 delegados estão presentes - "o maior número de dirigentes governamentais em um encontro mundial", enfatizou a secretária americana de Estado, Hillary Clinton.
"Não estaremos de acordo em todas as questões, mas discutiremos sobre tudo abertamente", prometeu Hillary.
No domingo, a secretária defendeu a necessidade de um acesso igual para empresas no mercado, um dos pontos de discórdia entre Washington e Pequim. Já o presidente chinês Hu Jintao, reiterou, nesta segunda-feira, a vontade de seu país em seguir a reforma nas taxas de câmbio, sem, no entanto, fixar um calendário.
Washington também critica a política cambiária da China, primeiro exportador mundial, que mantém sua moeda, o iuane ancorada ao dólar desde julho de 2008 com o objetivo de sustenar o setor de manufaturas muito golpeado pela crise internacional e que emprega milhões de pessoas.
Temas como energia e clima também devem ser debatidos, depois do fiasco da conferência do clima de Copenhagen e, agora, com a expectativa da do México que ocorrerá em novembro deste ano.
Paralelo ao comércio, Hillary insistiu em Pequim que China e Estados Unidos devem trabalhar juntos para solucionar a crise na península coreana, depois do ataque de Pyongyang contra uma converta norte-americana.
"A Coreia do Norte é uma preocupação urgente", afirmou Hillary.
"Devemos novamente trabalhar juntos para fazer frente ao desafio (...) visando à paz e à estabilidade na península coreana", lançou, dirigindo-se aos dirigentes chineses, destacando que os Estados Unidos "trabalham duro para evitar uma escalada" na península coreana.
O presidente Barack Obama ordenou a revisão da política de Washington em relação à Coreia do Norte e aprovou a ideia de aplicar sanções para apoiar seu aliado Coreia do Sul ante qualquer agressão de Pyongyang.
Os Estados Unidos e outras potências ocidentais condenaram o ataque, mas a China, por sua vez, recebeu com frieza as conclusões da comissão investigadora internacional, limitando-se a pedir cautela a ambas as partes.
A corveta de 1.200 toneladas explodiu e naufragou em 26 de março passado, matando 46 marinheiros, quando se deslocava na zona da ilha de Baengnyeong, no Mar Amarelo, na fronteira marítima com a Coreia do Norte.
Uma investigação internacional sobre o naufrágio da "Chenoan" revelou que o navio foi torpedeado por um submarino norte-coreano.
Pyongyang negou as acusações e afirmou que Seul fabricado provas de seu envolvimento no caso. Além disso, afirmou que os dois países estão 'perto de uma guerra.