COREIA DO NORTE E CHINA: Países são aliados históricos; foto na cidade chinesa Dandong, na fronteira norte-coreana (Kevin Frayer/Getty Images)
EXAME Hoje
Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 07h50.
A China encaminhou para a Coreia do Sul um enviado especial para falar sobre Coreia do Norte. Durante sexta e sábado, o vice-ministro de Relações Exteriores, Kong Xuanyou, que é o responsável por acompanhar de perto as dinâmicas norte-coreanas, se reúne em Seul com o representante para questões de segurança na península coreana, Lee Do-Hoon.
O encontro foi marcado emergencialmente, já que, no começo deste ano, o líder norte-coreano, Kim Jon-un, decidiu buscar o diálogo com a Coreia do Sul, pedindo para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem no país em fevereiro. Os dois lados marcaram uma reunião para a próxima semana para tratar sobre a aproximação, que já começou com a restauração de uma linha fronteiriça, mas a China preferiu se antecipar.
A China é um dos principais aliados da Coreia do Norte, e responde por 90% das relações comerciais norte-coreanas. Porém, com as sanções do Conselho de Segurança da ONU, impostas de forma mais severa contra os norte-coreanos desde setembro, as trocas estão prejudicadas. Dados de outubro da alfândega chinesa mostraram que o comércio caiu 20% imediatamente após a imposição das sanções.
O bloqueio econômico a uma série de produtos da Coreia do Norte veio por uma pressão especialmente dos Estados Unidos, que tem recebido frequentes ameaças de ataques nucleares. Desde que o presidente Donald Trump assumiu, no ano passado, as relações comerciais com o presidente Xi Jinping estão cercadas de tensões — e de egos. Para os chineses, ver a Coreia do Sul se afastando dos americanos e se aproximando da Coreia do Norte é uma oportunidade para ampliar seu poder de barganha, ao ganhar um papel central nas discussões sobre segurança global.