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China e Coreia do Sul analisam sucessão no Norte

O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, se encontrou com Hu Jintao para discutir a situação dos vizinhos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 11h55.

Pequim - O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, se reuniu nesta segunda-feira em Pequim com o governante chinês, Hu Jintao, para analisar a alternância de poder na Coreia do Norte após a morte de Kim Jong-il e a incerteza gerada na região.

Durante o encontro, ambas as partes destacaram a evolução das relações bilaterais, apesar do forte apoio de Pequim ao regime de Pyongyang, com o qual Seul está tecnicamente em guerra, já que a Guerra da Coreia de 1953 terminou com um cessar-fogo, não com um acordo de paz.

'Acredito que a visita impulsionará os intercâmbios e a cooperação e promoverá o sólido e saudável avanço das relações de cooperação estratégica entre China e Coreia do Sul', disse Hu após o encontro no Grande Palácio do Povo, que foi precedido por uma cerimônia de boas-vindas.

Já Lee afirmou ser de 'extraordinário significado' o fato de sua primeira viagem internacional do ano ter sido à China.

Os dois países estão interessados em melhorar suas relações bilaterais, afetadas nas últimas semanas pela aliança e o apoio de Pequim ao regime de Pyongyang, bem como pelos violentos incidentes protagonizados por pescadores chineses que trabalham ilegalmente em águas sul-coreanas.

Em dezembro, um deles matou um agente da Guarda Costeira sul-coreana e feriu outro, um incidente que causou manifestações na Coreia do Sul pelo que foi considerado um reiterado abuso dos pescadores chineses.

Com relação à Coreia do Norte, a China, o maior investidor e parceiro comercial de Pyongyang, quer que o regime agora dirigido por Kim Jong-un promova reformas econômicas. No entanto, segundo os observadores, o país não quer mudanças políticas que gerem instabilidade e possam derivar em uma hipotética reunificação das duas Coreias sob a batuta de Seul, importante aliada regional de Washington.

De acordo com os analistas, Seul pedirá a Pequim que pressione Pyongyang para evitar eventuais provocações ou hostilidades, dando prioridade à estabilidade.


Porém, na opinião de Zhang Liangui, professor de pesquisa estratégica internacional na Escola do Partido Comunista da China (PCCh), o princípio chinês de não ingerência em assuntos internos poderia levar o país a abordar a situação com a Coreia do Norte de maneira diferente da que Seul espera.

Lee se reuniu nesta segunda com o presidente da Assembleia Nacional Popular chinesa (ANP, Legislativo), Wu Bangguo, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Yang Jiechi, em um encontro no qual Wu expressou seu desejo de que a visita, a segunda realizada por Lee como presidente, seja 'um novo ponto de partida histórico' nos laços entre os dois países.

Por sua vez, Lee destacou que 2012 marca os 20 anos das relações diplomáticas entre Seul e Pequim, 'um curto período no qual foi alcançado um rápido desenvolvimento nos dois países'.

Durante sua estadia em Pequim, Lee se reunirá também com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

O Ministério das Relações Exteriores chinês avaliou através do porta-voz Liu Weimin que a visita é importante para analisar o desenvolvimento das relações entre os dois países, que contam com uma associação estratégica e com um comércio em expansão.

A China já é o maior parceiro comercial da Coreia do Sul, lembrou Liu em entrevista coletiva, e este é o terceiro da China, após os Estados Unidos e o Japão.

A visita de Lee permitirá fortalecer os contatos e a confiança e tentará criar condições para retomar o diálogo a seis partes (as duas Coreias, China, EUA, Rússia e Japão) sobre a desnuclearização da península coreana, 'um mecanismo que pode contribuir para a estabilidade e a paz no norte da Ásia'.

Como membro de destaque nesse diálogo, a China está interessada em se comunicar com todas as partes para criar as condições de paz e estabilidade que são esperadas pela comunidade internacional, acrescentou Liu.

A viagem de Lee à China acontece pouco depois da morte do presidente norte-coreano Kim Jong-il, em 17 de dezembro, um fato que levou Pequim a intensificar os contatos com as partes mais afetadas por qualquer mudança no regime de Pyongyang.

Pouco depois da morte do governante, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, viajou à China e na semana passada foi a vez do secretário de Estado adjunto americano, Kurt Campbell, visitar a região.

Campbell expressou que Washington e Pequim manterão estreitos contatos sobre a evolução da situação na Coreia do Norte e pediu a todas as partes que evitem qualquer provocação. EFE

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