Os presidentes da África do Sul e da China, Jacob Zuma e Xi Jinping: líderes presenciaram a assinatura de acordos entre as delegações de seus respectivos países (Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 11h14.
Pequim - O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, iniciou nesta quinta-feira em Pequim uma visita de Estado com a assinatura de uma dezena de acordos com o gigante asiático em vários setores, entre eles o da energia nuclear e o ferroviário, enquanto ambos países colaboram no impulso do banco do grupo dos Brics.
Zuma se reuniu hoje com os dois principais líderes da China, o primeiro-ministro Li Keqiang e o depois com presidente Xi Jinping, no Grande Palacio do Povo de Pequim, com quem presenciou a assinatura de acordos entre as delegações de seus respectivos países.
Entre eles destacam-se três acordos de cooperação em energia nuclear, sendo um memorando de entendimento entre a China National Nuclear Corporation e a South Africa Nuclear Energy Corporation, e um plano de cooperação agrícola, como tinha antecipado o governo sul-africano.
Além de um programa de cooperação de dez anos e de acordos nas áreas de investimento, comércio, meios de comunicação e saúde, destaca-se a assinatura de um memorando para desenvolver empresas de risco conjunto entre a ferroviária chinesa CSR Zhuzhou Electric Locomotive Co. Ltd. e Transet, uma companhia sul-africana especializada na gestão de ferrovias e portos.
A visita de Zuma, que ocorre meses após a África do Sul negar um visto a Dalai Lama para não criar problemas com os laços entre Pequim e Pretória, 'injetará um novo ímpeto às relações bilaterais', disse Xi ao se reunir com o dirigente sul-africano diante dos meios de comunicação.
O líder chinês, que visitou a África do Sul em março de 2013, lembrou que Zuma já esteve na China sete vezes, e que isso, somado ao fato de que 'neste ano nos vimos em várias ocasiões, demonstra a importância das relações entre China e África do Sul'.
Enquanto isso, Zuma, que viaja acompanhado dos ministros de Agricultura, Meio ambiente, Presidência e Relações Internacionais, assim como de uma delegação de mais de cem empresários, já que amanhã será realizado um fórum de negócios China-África do Sul em Pequim, assegurou se sentir 'como em casa'.
Segundo os especialistas, a China, que se alçou como o maior parceiro comercial da África do Sul, procura orientar mais o investimento rumo aos setores de infraestrutura, agricultura e indústrias manufatureiras, em contraste com seu tradicional orientação em direção à indústria pesada para a extração de minerais.
Zuma, que chegou a Pequim na quarta-feira para uma visita de quatro dias, não estará presente na África do Sul para comemorar o primeiro aniversário da morte do ex-presidente e Nobel da Paz Nelson Mandela, em 5 de dezembro.