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China diz não ter intenção de travar "guerra fria ou quente" com EUA

Discurso do presidente chinês, Xi Jinping, aconteceu em jantar com empresários às margens de cúpula da Apec, em San Francisco

Xi Jinping: "Não estamos buscando esferas de influência, e não travaremos uma guerra, fria ou quente, com ninguém." (Michele Spatari/Getty Images)

Xi Jinping: "Não estamos buscando esferas de influência, e não travaremos uma guerra, fria ou quente, com ninguém." (Michele Spatari/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 17 de novembro de 2023 às 07h40.

Última atualização em 17 de novembro de 2023 às 07h40.

Após um dia de conversações entre o presidente chinês, Xi Jinping e o presidente dos EUA, Joe Biden, com o objetivo de estabilizar as relações entre as duas maiores economias do mundo, o líder chinês disse que Pequim "não aposta contra os EUA" e "não tem intenção de desafiá-los ou derrubá-los". "Não estamos buscando esferas de influência, e não travaremos uma guerra, fria ou quente, com ninguém."

Declaração aconteceu na noite de quarta-feira em um evento em San Francisco, na Califórnia, realizado às margens do encontro anual da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). "O mundo precisa que a China e os EUA trabalhem juntos, e é errado ver a China como uma ameaça e jogar um jogo de soma zero contra ela", disse Xi num discurso ao público.

O presidente chinês parece disposto a reativar a "diplomacia branda" de seu país depois da reunião com o presidente americano. Ele garantiu ao seu público, segundo a agência de notícias Reuters, que “não importa como o cenário global evolua, a tendência histórica de coexistência pacífica entre a China e os Estados Unidos não mudará”.

Termo 'ditador' provoca rusga

O clima amistoso entre Biden e Xi na quarta-feira foi um contraponto aos últimos anos de disputa entre EUA e China, que se opõem em diferentes tabuleiros internacionais. As referências à cooperação internacional e os compromissos anunciados por ambos os lados poderia ter sido visto apenas como um momento de aproximação, não fosse um deslize do líder americano ao fim do encontro.

Em uma coletiva de imprensa individual, após a reunião com Xi, Biden afirmou a um repórter que considerava o presidente chinês um "ditador".

— É um termo que usamos antes. Ele [Xi] é um ditador no sentido de que é alguém que lidera um país comunista, que se baseia em uma forma de governo completamente diferente da nossa — justificou Biden na coletiva.

A fala do presidente provocou uma reação de Pequim nesta quinta. Ao ser questionada sobre as declarações de Biden, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, declarou que o tipo de discurso utilizado por Biden seria "extremamente equivocado", configurando "uma manipulação política irresponsável".

— Preciso destacar que sempre há pessoas com segundas intenções que tentam semear a discórdia para arruinar as relações entre Estados Unidos e China e, neste caso, também não terão sucesso — acrescentou a porta-voz

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