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China diante de queda do crescimento, corrupção e poluição

Sessão anual do Parlamento chinês permitirá discutir problemas recorrentes: queda do crescimento econômico, corrupção endêmica e poluição atmosférica


	Presidente chinês Xi Jinping: sessão é a primeira desde a posse do presidente
 (Goh Seng Chong/Bloomberg)

Presidente chinês Xi Jinping: sessão é a primeira desde a posse do presidente (Goh Seng Chong/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 11h19.

Pequim - A sessão anual do Parlamento chinês - a primeira desde a posse do presidente Xi Jinping - permitirá discutir esta semana problemas recorrentes: queda do crescimento econômico, corrupção endêmica e poluição atmosférica.

Esta reunião de quase 3.000 delegados da Assembleia Nacional Popular (ANP) - uma câmara que se limita a registrar, mas que carece de poder - acontece em um clima de tensão depois do mortífero ataque de sábado em Kunming (sudoeste da China).

Os agressores mataram a facadas 29 pessoas e deixaram 130 feridos, em um ato classificado como "terrorista" pelas autoridades, que o atribuíram a separatistas da minoria muçulmana uigur.

Contudo, a pomposa cerimônia característica da ANP não será modificada. Seus delegados chegarão com grande pompa na quarta-feira ao gigantesco Palácio do Povo, na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) de Pequim, onde se reunirão durante mais de uma semana para aprovar as medidas decididas pelo Partido Comunista Chinês (PCC).

A reunião da ANP, que supostamente deve pôr em evidência a unidade da nação, é uma oportunidade para reunir burocratas, altos hierarcas militares e representantes das minorias étnicas com suas vestimentas típicas, enquanto milionários e estrelas de cinema - membros de uma assembleia consultiva que se reúne simultaneamente - acrescentam um toque de encanto.

Esta sessão, na qual o primeiro-ministro, Li Keqiang, nesse posto há um ano, apresentará pela primeira vez um discurso sobre o estado do país, é também o marco no qual se revelarão objetivos econômicos do governo, sobretudo, para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).


Depois de um objetivo de 7,5% de crescimento em 2013 - ano no qual a segunda economia mundial cresceu 7,7% -, o objetivo para 2014 será analisado por especialistas, que buscam sinais sobre as expectativas das autoridades, em meio a uma conjuntura econômica sombria.

As autoridades chinesas querem "reequilibrar" a economia, fortalecendo o consumo interno em detrimento dos investimentos e das exportações, embora o crescimento seja moderado no curto prazo.

Os detalhes sobre o orçamento anual destinado à defesa também serão estudados. A China anunciou há um ano um aumento de 10,7% de seus gastos militares para 2013, a 720,2 bilhões de iuanes (85 bilhões de euros), aumentando o nervosismo de seu vizinho japonês, que enfrenta um contencioso territorial.

Segundo a imprensa oficial, o outro tema inevitável será o dos danos ao meio ambiente, depois que uma espessa camada de poluição atmosférica cobriu recentemente 15% do país. Nesta segunda-feira, Pequim se encontrava outra vez envolta em um nevoeiro ácido que obscurecia a luz do dia.

Finalmente, a grande campanha contra a corrupção iniciada há mais de um ano por Xi Jinping estará incluída nos grandes temas dessa sessão parlamentar.

Todas essas questões já foram discutidas de alguma forma na última reunião da ANP, em março de 2013, e "eles estarão ali novamente no próximo ano", declarou à AFP Steve Tsang, um especialista em política chinesa da Universidade de Nottingham.

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