Carros autônomos: Os testes serão realizados em sete cidades, incluindo Pequim, Xangai e Guangzhou, abrangendo uma ampla gama de veículos, desde carros de passageiros a ônibus e caminhões (Leandro Fonseca/Exame)
Agência
Publicado em 10 de junho de 2024 às 10h40.
A China deu um passo significativo rumo ao futuro da mobilidade ao aprovar testes públicos de veículos com tecnologias avançadas de condução autônoma. Nove montadoras foram autorizadas pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT) a realizar testes em vias públicas, marcando o início de um ambicioso plano para acelerar a adoção de carros autônomos no país.
Os testes serão realizados em sete cidades, incluindo Pequim, Xangai e Guangzhou, abrangendo uma ampla gama de veículos, desde carros de passageiros a ônibus e caminhões. Durante a fase piloto, os veículos serão submetidos a rigorosos testes e avaliações de segurança. Os dados coletados serão essenciais para avaliar o desempenho dos veículos conectados inteligentes (ICVs) e sua integração nos sistemas de tráfego atuais, com o objetivo de melhorar a segurança nas estradas.
Entre as montadoras autorizadas estão BYD, Nio e grandes fabricantes estatais como Changan Automobile, GAC e SAIC. Além das montadoras, operadores de frotas, como empresas de transporte por aplicativo, também participarão dos testes.
O MIIT destacou que a China já alcançou avanços notáveis na área de ICVs, com mais de 29.000 quilômetros de estradas de teste dedicadas e mais de 6.800 licenças de teste emitidas até abril deste ano. Esses esforços resultaram em impressionantes 88 milhões de quilômetros de quilometragem acumulada de testes.
Alguns ICVs já atingiram um estágio em que a produção em massa é viável, segundo o MIIT. No entanto, o foco agora é aprimorar a funcionalidade, o desempenho e, principalmente, garantir o mais alto nível de segurança. Ao priorizar esses aspectos, a China espera impulsionar o desenvolvimento de alta qualidade da sua indústria de veículos autônomos.
Em novembro do ano passado, a China lançou diretrizes para o desenvolvimento de veículos autônomos para adoção em massa, permitindo que motoristas em veículos de teste tirem as mãos do volante, fazendo com que a responsabilidade pela segurança recaia sobre os fabricantes e operadores de frotas.
Liu Fawang, vice-diretor do Centro de Desenvolvimento da Indústria de Equipamentos do MIIT, explicou que os padrões da indústria definem seis níveis de automação de condução, do Nível 0 (sem automação) ao Nível 5 (automação total). Atualmente, a maioria dos veículos vendidos na China oferece apenas recursos de assistência ao motorista do Nível 0 ao Nível 2 (automação parcial). Veículos com funções direção autônoma dos Níveis 3 (automação condicional) e 4 (automação elevada) estão atualmente em fase de testes.
O MIIT acredita que esses testes pavimentarão o caminho para a comercialização de tecnologias de direção autônoma mais avançadas. A Tesla, por exemplo, está ansiosa para ver seu sistema Full Self-Driving (FSD) – essencial para sua visão de carros totalmente autônomos – operando na China. Apesar de ter lançado o FSD há quatro anos, a empresa ainda não disponibilizou essa tecnologia no mercado chinês, seu segundo maior mercado global após os Estados Unidos.
Com esses desenvolvimentos, a China reafirma seu compromisso com a inovação e a segurança no trânsito, preparando-se para liderar a próxima era da mobilidade.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Yicai Global