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China anuncia quase 1.300 mortes por coronavírus não computadas em Wuhan

Citando lapsos iniciais, a China refutou acusações de acobertamento e atualizou seu número nacional de mortes para 4.632

Coronavírus: Wuhan acrescentou mais 1.290 fatalidades às 2.579 contadas anteriormente (Feature China / Barcroft Studios / Future Publishing/Getty Images)

Coronavírus: Wuhan acrescentou mais 1.290 fatalidades às 2.579 contadas anteriormente (Feature China / Barcroft Studios / Future Publishing/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 17 de abril de 2020 às 10h36.

Última atualização em 17 de abril de 2020 às 10h37.

Quase 1.300 pessoas que morreram de coronavírus na cidade chinesa de Wuhan, ou metade do total, não foram incluídas na contagem de mortes por causa de lapsos, disse a mídia estatal nesta sexta-feira, mas Pequim refutou acusações de acobertamento.

A cidade central em que o surto emergiu no final do ano passado acrescentou mais 1.290 fatalidades às 2.579 contadas anteriormente até quinta-feira, refletindo relatos incorretos, atrasos e omissões, de acordo com a força-tarefa do governo local encarregada de controlar o coronavírus.

Reagindo às mortes adicionais em Wuhan, a China revisou seu número nacional de mortes mais tarde nesta sexta-feira para 4.632.

A revisão ocorre depois da especulação generalizada de que o número de mortes em Wuhan é consideravelmente maior do que o relatado.

Os rumores sobre mais vítimas foram atiçados por imagens de longas filas de familiares esperando para receber as cinzas de parentes cremados e relatos de milhares de urnas armazenadas em uma funerária esperando para serem preenchidas.

"No estágio inicial, devido à capacidade hospitalar limitada e à falta de pessoal médico, algumas instituições médicas não se conectaram a sistemas locais de controle e prevenção de doenças de forma oportuna, o que resultou no atraso do relato de casos confirmados e em algumas falhas na contagem precisa dos pacientes", disse uma autoridade não identificada de Wuhan, segundo citações da mídia oficial.

A suspeita de que a China não tem sido transparente a respeito do surto aumentou nos últimos dias à medida que o número de mortes crescia em muitos países, incluindo os Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, expressou na quarta-feira seu ceticismo a respeito da cifra chinesa anteriormente declarada de cerca de 3 mil óbitos.

"Será que vocês realmente acreditam nestes números neste país vasto chamado China, e que eles têm um certo número de casos e um certo número de mortes; alguém realmente acredita nisso?", questionou ele.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse nesta sexta-feira que, embora possa ter havido falhas na coleta de dados durante o surto, a China tem "uma responsabilidade com a história, com o povo e com os falecidos" de garantir números precisos.

Algumas autoridades de Wuhan admitiram que pessoas podem ter morrido sem ser contadas nos primeiros dias caóticos do surto, antes de os exames se tornarem amplamente disponíveis.

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