Mundo

China anuncia fim dos campos de reeducação

Os campos de reeducação foram estabelecidos nos primeiros anos do maoísmo, e neles costumam cumprir pena detidos sem julgamento prévio


	Meng Jianzhu: nos últimos anos, o governo teve que lidar com diversos pedidos por parte dos defensores dos direitos humanos para que esse sistema acabasse
 (Aamir Qureshi/AFP)

Meng Jianzhu: nos últimos anos, o governo teve que lidar com diversos pedidos por parte dos defensores dos direitos humanos para que esse sistema acabasse (Aamir Qureshi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 10h05.

Pequim - O novo principal responsável de segurança do Partido Comunista da China (PCCh), Meng Jianzhu, anunciou nesta segunda-feira que o regime abandonará em 2013 uma de suas práticas mais criticadas pelas organizações de direitos humanos, a dos "campos de reeducação".

Meng, responsável pela Comissão Política e Legislativa do Partido desde novembro (mês no qual o PCCh substituiu seus principais nomes) fez o anúncio em reunião com responsáveis pela justiça de todo o país realizada nesta segunda, segundo indicou um dos presentes ao jornal "South China Morning Post".

"Os comentários do secretário Meng parecem com um novo espírito, mostram o progresso que nossa sociedade fez", afirmou a mesma fonte, sem ser identificada pelo jornal.

A agência oficial "Xinhua", mais prudente, afirmou que a China "reformará o sistema", mas o jornal independente "Hongkonés" foi além, assegurando que o país "passa página a um obscuro capítulo de sua história".


O fim destes campos de reeducação, conhecidos como "laogai" na China, poderia ser votado e aprovado no plenário anual da Assembleia Nacional Popular (ANP, Legislativo) do próximo mês de março, o mesmo no qual serão substituidos os atuais chefes de Estado e Governo do regime.

Os campos de reeducação foram estabelecidos nos primeiros anos do maoísmo, e neles costumam cumprir pena detidos sem julgamento prévio, por isso que foram usados durante décadas contra dissidentes, peticionários e "arruaceiros".

Nos últimos anos e após vários casos de "reeducados" que comoveram a sociedade chinesa, o governo teve que lidar com diversos pedidos para que esse sistema acabasse.

Em setembro de 2012, por causa de uma controversa detenção nesses campos (a de uma mulher que protestou publicamente depois que sua filha foi violada), mais de 7 mil pessoas na China, entre elas renomados escritores e empresários, assinaram uma carta aberta pedindo o fim dos "laogai". 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDireitos civisreformas

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru