O caso seria a maior investigação de comércio já iniciada pela UE e o primeiro a ser lançado sem uma queixa de empresas europeias, mas da própria Comissão (Philippe Huguen/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2013 às 17h11.
Bruxelas - A China ameaça retaliar se a União Europeia abrir formalmente investigação sobre o alegado comportamento anti-competitivo de empresas chinesas de equipamentos de telecomunicações móveis.
O Comissário de Comércio Europeu, Karel De Gucht, disse na quarta-feira que ele e outros comissários concordaram com a abertura de um processo anti-dumping e anti-subsídio contra a China, mas que antes tentaria negociar uma solução com as autoridades chinesas.
Apesar disso não ter sido mencionado na declaração do comissário, funcionários da UE disseram à Reuters que os principais alvos da investigação seriam a segunda maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo Huawei e a também chinesa ZTE.
"Se a Europa insiste na abertura de uma investigação, a China segue as regras da OMC e vai tomar medidas firmes para salvaguardar seus legítimos direitos e interesses, e as consequências devem ser sofridas pela parte que provoca o atrito", disse o porta-voz do Ministério do Comércio chinês Shen Danyang a repórteres, em Pequim.
O caso seria a maior investigação de comércio já iniciada pela UE e o primeiro a ser lançado sem uma queixa de empresas europeias, mas da própria Comissão.
Fabricantes como Ericsson, Nokia Siemens Networks e Alcatel-Lucent têm sofrido com as importações asiáticas baratas, mas não farão queixas formais por medo de represálias chinesas, o que dificultou para a Comissão reunir provas.
Shen disse que Pequim tomou nota da declaração de De Gucht, através de reportagens da imprensa e que a comunicação entre a UE e as autoridades chinesas é "boa e aberta".
Ele disse que a China tinha feito uma proposta sobre o tema telecomunicações para a Comissão Europeia, durante uma recente visita de uma delegação da UE na China, mas ainda não tinha recebido qualquer resposta.