Segundo a mídia chinesa, na semana passada, o dalai-lama teria usado o nome japonês do conjunto de ilhas, o que mostraria sua "natureza reacionária" (Giorgio Benvenuti/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 13h20.
Pequim - A China acusou nesta segunda-feira o dalai-lama de se aliar a japoneses de extrema direita na disputa territorial por um arquipélago no Oceano Pacífico como forma de atacar o país. Além disso, o líder religioso é acusado pelos chineses de glorificar a onda de autoimolação entre os tibetanos.
Segundo a mídia chinesa, na semana passada, o dalai-lama teria usado o nome japonês do conjunto de ilhas reivindicado por Pequim e Tóquio, o que, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, mostra sua "natureza reacionária" e sua determinação de dividir a China sob o disfarce da religião.
"Para conquistar seu objetivo separatista, ele se associou às forças japonesas de extrema direita. O povo chinês o despreza pelo que fez. Nós somos firmemente contra qualquer país que ofereça um palanque para ele", disse Hong.
No entanto, a Associated Press revisou a gravação que teria os comentários e verificou que ele disse apenas "as ilhas", sem mencionar seu nome. Nesta segunda-feira, o dalai-lama criticou os meios de comunicação da China por sugerirem que ele teria se unido aos japoneses.
As tensões aumentaram na disputa pelas ilhas, conhecidas como Senkaku em japonês e Diaoyu para os chineses, desde que o governo do Japão nacionalizou algumas delas em setembro sob a estratégia de evitar a compra delas pelo prefeito de Tóquio. Violentos protestos antijaponeses estouraram em várias cidades chineses e Pequim enviou navios para conduzir patrulhas próximas da região.
Hong também criticou o dalai-lama hoje por supostas acusações de que o governo chinês teria falhado em investigar as causas do desespero e da falta de esperança entre os tibetanos, o que, para muitos, os incita a tirarem suas vidas em forma de protesto.
Há muito tempo, a China acusa o dalai-lama e seus seguidores de inspirarem tais atos, apesar da condenação pública do líder espiritual a todas as formas de violência.
"O dalai não só deixou de condená-los como também glorificou essas ações, que são contra a lei nacional e os princípios religiosos", disse Hong.
O dalai-lama fugiu para a Índia após uma revolta fracassada contra o domínio chinês sobre o Tibete em 1959. Ele nega buscar a independência da região, alegando desejar apenas que os tibetanos desfrutem de autonomia real e proteção para sua cultura budista tradicional. As informações são da Associated Press.