Chile: protestos contra o governo já duram alguns meses (Marcelo Hernandez/Getty Images)
AFP
Publicado em 15 de fevereiro de 2020 às 16h51.
Dois grupos de manifestantes tiveram um tenso encontro neste sábado em Santiago. De um lado, um grupo com fotos de Pinochet nos braços bradava contra uma nova Constituição. Do outro, chilenos pediam sua aprovação – uma das maiores demandas da crise social que o país atravessa.
Cerca de mil manifestantes expressaram sua rejeição à nova Constituição e respaldaram a continuidade da atual carta magna herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Os protestos têm crescido nas últimas três semanas e ocorrem nos arredores da Escola Militar, localizada no exclusivo bairro de Las Condes, leste de Santiago. A maioria dos manifestantes, vizinhos deste bairro, protestou de forma pacífica sem interromper o tráfego de veículos, carregando cartazes e bandeiras chilenas, enquanto gritavam contra a esquerda chilena.
Alguns carregavam retratos de Pinochet e clamavam lemas de apoio ao ex-ditador. Outro protesto de cerca de 50 pessoas, convocado nas redes sociais, se formou no mesmo local, mas a favor da nova Constituição. Alguns integrantes do grupo protagonizaram um testo momento com os manifestantes rivais, após discussões raivosas. A polícia usou jatos de água e lançou gases lacrimogêneos, evitando confrontos físicos entre os dois grupos.
Em 26 de abril, o Chile realiza um plebiscito para decidir se vai ou não elaborar uma nova Constituição. Também se definirá por quem será redigida.