Homenagens ao apresentador de TV Felipe Camiroaga em frente ao prédio da TV Nacional, em Santiago (AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2011 às 18h08.
Santiago, Chile - As operações de busca do avião militar chileno que caiu no mar na sexta-feira próximo à ilha de Robinson Crusoe, no Pacífico, indicam que os 21 passageiros a bordo do aparelho morreram de forma imediata, confirmou neste sábado o ministro da Defesa, Andrés Allamand.
"Diante da busca que realizamos e das observações chegamos à conclusão de que o impacto foi de tal magnitude que produziu morte instantânea de todas as pessoas que estavam a bordo do avião", disse Allamand, na ilha de Robinson Crusoe.
Allamand, que lidera os trabalhos de resgate, explicou que a conclusão é resultado das "evidências" observadas durante a operação de resgate realizada pela Força Aérea e a Marinha do Chile, envolvendo seis aviões e duas fragatas.
Até o momento, só foi possível resgatar quatro corpos, levados a Santiago, onde foram identificados como Erwin Núñez, cabo da Força Aérea, Galia Díaz, funcionária do Conselho Nacional de Cultura, Roberto Bruce, jornalista do canal TVN, e Silvia Slager, produtora da TVN.
O secretário-geral da Força Aérea do Chile (FACH), Maximiliano Larraechea, já havia antecipado que "um acidente violento certamente não deixaria pessoas vivas", mas mantinha "esperanças".
A operação de busca em torno da ilha de Robinson Crusoe - 700 km de Santiago - teve início na noite de sexta-feira, com a decolagem de um avião Hércules C-130, do qual foram lançados ao mar oito paraquedistas, que encontraram flutuando uma das portas do avião, que havia decolado ao meio-dia de sexta-feira
O acidente comoveu o Chile, porque entre os passageiros havia uma equipe de cinco profissionais da Televisão Nacional do Chile (TVN), liderada pelo apresentador Felipe Camiroaga, um dos rostos mais confiáveis e queridos da televisão local.
Camiroaga integrava uma equipe que se dirigia à ilha Robinson Crusoé - de cerca de 600 habitantes - para conhecer os avanços dos trabalhos de reconstrução do local, arrasado por um tsunami no dia 27 de fevereiro de 2010.
O avião militar foi declarado desaparecido na tarde de sexta-feira, após tentar pousar na ilha em duas ocasiões, sem sucesso.
"O avião realizou um primeiro sobrevoo, que é rotineiro, sobre a pista, e depois tentou a aterrissagem", mas "um vento o forçou para o lado direito", relatou o chefe da torre de controle de Juan Fernández, Felipe Paredes.
"Depois - acrescentou - se elevou em uma manobra que eu pensei que era para tentar pousar. O avião se perdeu atrás de uma colina. Se perfilou novamente, mas não voltou a aparecer".