Junta Militar do Chile durante ditadura de Augusto Pinochet: segundo as fontes, a solicitação de extradição deve ser tramitada através do Ministério das Relações Exteriores (Biblioteca del Congreso Nacional de Chile/ Wikimedia Commons/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 15h04.
Santiago - A Corte Suprema do Chile pediu a extradição de um ex-oficial americano por sua responsabilidade nas mortes de seus compatriotas Charles Horman e Frank Teruggi, assassinados após o golpe militar de Augusto Pinochet em 1973, informaram nesta quinta-feira fontes judiciais
Trata-se de Ray Davis, que estava na missão militar dos Estados Unidos no Chile e que, de acordo com a resolução, tem uma responsabilidade como autor de delitos de lesa-humanidade.
Com a sentença, o máximo tribunal chileno acolheu positivamente a solicitação de pedir a extradição de Davis apresentada pelo juiz Jorge Zepeda em novembro do ano passado.
Segundo as fontes, a solicitação de extradição deve ser tramitada através do Ministério das Relações Exteriores.
Os jornalistas Charles Horman e Frank Teruggi morreram poucos dias depois do golpe de Estado que estabeleceu a ditadura de Pinochet (1973-1990).
Os corpos de ambos foram encontrados nas ruas da capital chilena crivados de balas e posteriormente reconhecidos por seus familiares no necrotério de Santiago.
Segundo os antecedentes relembrados pelo juiz, as mortes de Horman e Teruggi se emolduram na investigação que realizavam os serviços secretos dos EUA para indagar as atividades políticas de seus cidadãos no Chile, com a colaboração de agentes da ditadura.
De acordo com a investigação, Davis poderia ter evitado o assassinato de Horman dado o grau de colaboração com os agentes repressores chilenos, embora não tenha intermediado no caso porque considerava "subversivas" as investigações jornalísticas que seu compatriota realizava no Chile.
Já Teruggi foi detido em casa em Santiago e levado ao Estádio Nacional, que foi utilizado como centro de detenção durante os meses que seguiram ao golpe militar.
Nesse recinto, Teruggi foi assassinado pelos militares entre os dias 21 e 22 de setembro.