Augusto Pinochet comandou ditadura no Chile entre 1973-1990 (Marcelo Montecino / Contributor/Getty Images)
AFP
Publicado em 16 de outubro de 2018 às 10h47.
Última atualização em 16 de outubro de 2018 às 10h54.
O Exército do Chile destituiu nesta semana o diretor da Escola Militar, coronel Germán Villaroel Opazo, por permitir em um ato da instituição uma homenagem a Miguel Krassnoff, condenado por crimes cometidos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
A imprensa local divulgou no domingo um discurso de Miguel Krassnoff Bassa - diretor de idiomas da Escola Militar e filho do ex-agente de Pinochet - agradecendo o suposto apoio militar a seu pai, o que desatou a ira entre ativistas de direitos humanos e integrantes da esquerda.
Após uma investigação solicitada pelo ministério da Defesa, o Exército pediu a Villarroel Opazo "a entrega imediata da direção" da Escola Militar "e sua renúncia ao cargo", informou o comandante Miguel Alfonso Bellet em entrevista coletiva. Também foi determinada a saída de Krassnoff Bassa da direção de idiomas da Escola Militar e sua passagem para a reserva.
Miguel Krassnoff foi uma peça-chave da Direção Nacional de Inteligência de Pinochet (DINA) e aos 75 anos cumpre pena de prisão pelos crimes cometidos durante a ditadura, mas também já foi condenado na França em razão da nacionalidade de algumas das vítimas.
Embora tenha sido absolvido de todas as acusações em razão da lei da anistia chilena de 1978, vários casos contra Krassnoff foram reabertos no início dos anos 2000.
De acordo com informações da organização não governamental Trial International, que atua contra a impunidade em crimes contra a humanidade, Krassnoff é acusado de envolvimento no desaparecimento de ao menos 91 pessoas, além de ser acusado também de tortura e outros crimes contra a humanidade.