Protestos no Chile: pelo menos seis locais comerciais foram saqueados ou sofreram tentativas de saque (Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2015 às 17h15.
Santiago do Chile - O subsecretário do Interior chileno, Mahmoud Aleuy, disse nesta quinta-feira que 30% das pessoas que participam de manifestações, especialmente na capital chilena, "são deliquentes", porcentagem que pode ser inclusive maior.
A autoridade governamental revelou este número em uma exposição realizada perante a Comissão de Segurança Cidadã da Câmara dos Deputados sobre os protocolos que a polícia utiliza para estes casos, que foram divulgados no site da "Rádio Bío-Bío".
Aleuy detalhou que, para eles, como definição, no caso das manifestações, um delinquente é toda pessoa que atenta contra a propriedade pública e privada, lança (bombas) molotov e ataca os Carabineiros, além daquelas pessoas que roubam diversos estabelecimentos.
O subsecretário do Interior usou como exemplo a mobilização da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) que foi realizada em maio e pela primeira vez, quando cem pessoas foram detidas, 80 portavam um objeto roubado.
Em 28 de maio, um protesto convocado pela Confech terminou com vários feridos, entre eles nove carabineiros, um total de 172 detidos, vários locais comerciais saqueados e outros danificados com bombas incendiárias, assim como semáforos e outros bens públicos destruídos.
Pelo menos seis locais comerciais foram saqueados ou sofreram tentativas de saque ao longo da Avenida Libertador General Bernardo O'Higgins, a principal de Santiago, enquanto os bombeiros conseguiram sufocar vários fogos iniciados por bombas lançadas contra filiais bancárias e uma igreja.
Um edifício teve que ser ser evacuado por causa da fumaça gerada por equipamentos telefônicos que foram queimados em uma fábrica.
Para o presidente da Comissão de Segurança Cidadã, o deputado democrata-cristão Matías Walker, estes dados novos são importantes para tomar maiores medidas quanto à inteligência policial e outros fatores.
"Isso nos obriga a tomar ações que solicitamos há tempo. Por um lado, maior inteligência policial e maior foco das medidas de dissuasão no marco de manifestações", acrescentou o legislador.
No entanto, o deputado da direitista União Democrata Independente (UDI), Arturo Squella, afirmou que esses números "não deixam de surpreender" e, por isso, pediu que as autoridades redobrem os esforços nas políticas públicas com relação às manifestações.