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Chile anuncia detenção de suspeitos de provocar incêndios

Os suspeitos tinham posse de elementos que aceleram o fogo quando foram detidos em localidades mais afetadas pelos incêndios

Incêndio: episódio é considerado pelo governo a maior catástrofe florestal da história do Chile (Pablo Sanhueza/Reuters)

Incêndio: episódio é considerado pelo governo a maior catástrofe florestal da história do Chile (Pablo Sanhueza/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 11h50.

Cinco pessoas foram detidas pela polícia sobsuspeita de terem provocado alguns dos incêndios florestais que afetam o centro e o sul do Chile, que deixaram 10 mortos e devastaram quase 290.000 hectares, anunciou o governo nesta sexta-feira.

Os suspeitos tinham posse de elementos que aceleram o fogo quando foram detidos nas localidades de Chépica e Linares, na região de Maule (280 km ao sul de Santiago), uma das mais afetadas pelos incêndios considerados pelo governo a maior catástrofe florestal da história do Chile.

"São casos de flagrante, ou seja, foram detidos com elementos aceleradores e, portanto, se encontram em uma situação, do ponto de vista processual, completamente clara, de que estavam em uma ação antijurídica", afirmou o ministro do Interior, Mario Fernández.

As detenções estão de acordo com a tese do governo sobre os incêndios terem sido provocados de forma intencional, destacou Fernández.

As autoridades investigam se um dos detidos foi a pessoa que provocou o incêndio que arrasou a localidade de Santa Olga, que deixou um morto, quase 4.000 desabrigados e 1.200 casas destruídas na quinta-feira.

Os incêndios que afetam sete das 15 regiões do país mataram 10 pessoas. Outras 5.000 foram obrigadas a abandonar suas casas e 3.000 residências foram atingidas. Os prejuízos econômicos são incalculáveis, de acordo com o governo.

Após mais de uma semana de incêndios, o fogo já destruiu 289.000 hectares.

A presidente Michelle Bachelet decretou estado de catástrofe nas regiões de O'Higgins, Maule, Biobío e Araucanía.

Aos bombeiros, brigadistas, carabineiros, detetives, funcionários públicos, militares e civis se somou a ajuda procedente do exterior, incluindo especialistas franceses no combate ao fogo e brigadistas colombianos que já chegaram ao Chile.

Espera-se que um grupo de voluntários mexicanos também chegue ao Chile no sábado para colaborar.

Enquanto isso, o avião Supertrank, com capacidade para mais de 73.000 litros de água e fretado por uma fundação privada americana, iniciava seu segundo dia de trabalho para extinguir as chamas nas zonas mais atingidas.

Brasil, Espanha e Rússia também estão ajudando, com o envio de brigadistas e especialistas.

Com 37,4ºC, Santiago registrou na quarta-feira um recorde histórico.

Sobre a capital chilena, uma das mais poluídas da região, as condições do ar pioraram devido à nuvem de fumaça lançada pelos incêndios.

Existem 19 alertas vermelhos e três amarelos em outras comunidades do centro-sul do país.

Mais de 90% dos incêndios registrados anualmente no Chile são provocados intencionalmente.

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