Ratko Mladic é acusado de genocídio pelo massacre de oito mil muçulmanos na cidade bósnia de Srebrenica, em 1995 (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2011 às 07h38.
Haia - O ex-general servio-bósnio Ratko Mladic passou sua primeira noite na prisão do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), o que representa o primeiro passo necessário para que possa ser julgado por essa instância da ONU.
Os juízes determinarão "a seu devido tempo" a data na qual o suposto criminoso de guerra comparecerá pela primeira vez perante o tribunal, para o que contam com o prazo máximo de uma semana, segundo fontes do TPII.
Após sua chegada à prisão de Scheveningen (perto de Haia), Mladic foi submetido a um exame médico, como diz o regulamento da penitenciária.
A família e o advogado de Mladic indicaram em Belgrado, antes da transferência do acusado a Haia, que o ex-general não estava em condições de ser extraditado devido a seu delicado estado de saúde, o que foi rejeitado pelas autoridades judiciais sérvias.
Mladic, de 68 anos, sofreu um derrame cerebral nos últimos anos, que, segundo seu representante legal, o impede de enfrentar o julgamento em Haia.
O debilitado estado de saúde do servo-bósnio pode ser um dos argumentos principais da defesa para atrasar o início do julgamento.
Mladic é acusado de genocídio pelo massacre de oito mil muçulmanos na cidade bósnia de Srebrenica, em 1995.
O ex-general também é acusado, entre outras coisas, de crimes de lesa-humanidade e de guerra supostamente ocorridos durante o assédio de Sarajevo, que teve o saldo de dez mil mortos durante a guerra bósnia (1992-1995).