Terremoto no Japão: cerca de 40.000 socorristas buscam sobreviventes com a ajuda de escavadeiras, cães e 75 helicópteros (Japan Self-Defense Forces/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de setembro de 2018 às 12h25.
Subiu para 35, neste sábado (8), o número de mortos pelo potente terremoto de magnitude 6,6 que provocou deslizamentos de terra no norte do Japão, enquanto milhares de socorristas ainda buscam sobreviventes sob os escombros.
A maioria dos mortos se deu na pequena localidade rural de Atsuma, onde um conjunto de casas foi destruído pelo deslizamento de uma encosta. Ainda há cinco pessoas desaparecidas na cidade, segundo o governo local da ilha de Hokkaido (norte).
"Aqui nunca temos deslizamentos de terra", disse Akira Matsushita, que perdeu o irmão em Atsuma.
"Não conseguia acreditar até que vi com meus próprios olhos", contou ele à emissora TV Asahi.
"Quando eu vi, soube que ninguém conseguiria sobreviver", acrescentou.
Cerca de 40.000 socorristas buscam sobreviventes com a ajuda de escavadeiras, cães e 75 helicópteros, segundo um porta-voz do governo.
"Fazem o melhor que podem correndo contra o tempo", disse à imprensa Yoshihide Suga.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que a energia elétrica estava restaurada quase por completo na ilha de Hokkaido, onde três milhões de casas ficaram sem eletricidade, depois que o terremoto danificou, na quinta-feira, uma planta térmica que fornece energia à região.
"O número de lares sem eletricidade se reduziu para 20.000", disse Abe, em uma reunião de seu gabinete dedicada ao sismo.
O primeiro-ministro disse ainda que o governo vai liberar fundos de emergência para oferecer alimentos, água e o combustível necessário para os geradores de energia dos hospitais.
Ainda há 31.000 casas sem água, e 16.000 pessoas foram levadas para abrigos.
O sismo também derrubou várias casas e muros em Sapporo, a principal cidade da região, embora a maioria das vítimas tenha sido no deslizamento de terra de Atsuma.
Os voos internacionais foram retomados no principal aeroporto de Sapporo neste sábado, um dia depois de os trens de alta velocidade voltarem a funcionar.
O sismo de quinta-feira foi o último desastre natural a atingir o país nas últimas semanas. Partes do oeste do país ainda estão se recuperando do tufão mais potente que devastou o Japão em um quarto de século. Pelo menos 11 pessoas morreram, e o principal aeroporto regional teve de ser fechado.
O Japão se encontra no Anel de Fogo do Pacífico, onde se registra grande parte dos sismos e erupções vulcânicas do mundo.