Tropas tidas como forças militares russas na Crimeia: Moscou diz que os homens armados presentes na Crimeia são integrantes de unidades locais de autodefesa (Vasily Fedosenko/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2014 às 09h36.
Sochi - O principal dirigente paralímpico da Ucrânia, Valeriy Sushkevich, disse nesta sexta-feira que sua equipe vai abandonar os Jogos Paralímpicos de Inverno se a Rússia invadir o país, mas disse esperar que a competição seja capaz de difundir a paz.
A Rússia realiza os Jogos em Sochi, um balneário do mar Negro a poucas centenas de quilômetros da península ucraniana da Crimeia -- onde o Ocidente acusa Moscou de ter violado a soberania de Kiev, assumindo o controle de instituições militares e governamentais.
Moscou diz que os homens armados presentes na Crimeia são integrantes de unidades locais de autodefesa. A Crimeia é a única região da Ucrânia onde a etnia russa é majoritária. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se diz no direito de enviar tropas para proteger seus compatriotas, mas afirma que por enquanto isso não é necessário.
"Se houver uma escalada no conflito, a intervenção no território do nosso país, Deus nos livre do pior, não poderemos permanecer aqui, iríamos embora", disse Sushkevich em entrevista coletiva.
Muitos países cancelaram os planos de enviar ministros e membros da nobreza para os Jogos de Sochi em decorrência dos acontecimentos na Crimeia, cujo Parlamento regional aprovou nesta semana a incorporação da península à Rússia, a ser confirmada em referendo no dia 16.
Sushkevich disse ter mantido uma conversa "calma e reservada" com Putin.
"Repeti minha única solicitação, a única e mais importante solicitação, de que antes e durante (os Jogos) haja paz", disse ele, acrescentando que o líder russo respondeu que pensaria a respeito.
"A equipe ucraniana, além de torcer por bons resultados, chegou com esperanças colossais de paz, paz no nosso país, na Europa, no mundo. Tenho certeza de que... a maioria está ciente do colossal perigo para a paz e para os direitos de todas as pessoas terem paz na atual situação." Putin disse em entrevista coletiva na terça-feira que qualquer boicote à Paralimpíada por causa da Ucrânia seria "o cúmulo do cinismo".