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Chefe do parlamento acusa Maduro de destruir forças armadas

Esta não é a primeira vez que o presidente da Assembleia Nacional se dirige às forças armadas da Venezuela

Maduro: o presidente venezuelano disse que Borges é responsável pelos atos de violência das últimas semanas (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

Maduro: o presidente venezuelano disse que Borges é responsável pelos atos de violência das últimas semanas (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de maio de 2017 às 17h32.

Caracas -- O presidente da Assembleia Nacional (AN, parlamento) da Venezuela, o opositor Julio Borges, acusou neste domingo o presidente do país, Nicolás Maduro, de "destruir" a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), e rejeitou as acusações que o responsabilizam pela violência nas ruas.

"Que fique claro para as Forças Armadas que quem as estão destruindo é Nicolás Maduro", disse o presidente da AN em uma coletiva de imprensa oferecida na sede de seu partido, Primeiro Justiça, cujo foco foi a mensagem enviada à instituição militar.

Esta não é a primeira vez que Borges se dirige às forças armadas da Venezuela. Durante vários meses, especialmente nas últimas semanas, Borges concentrou seu discurso sobre o papel dos militares na defesa da Constituição que, na sua opinião, está sendo violada pelo governo venezuelano.

O governo chavista "está levando os senhores, como instituição, a desconhecer a ordem constitucional da Venezuela e os senhores tem que frear essa situação", disse o opositor, que afirmou que Maduro "os chama de aliados, mas, na verdade, os está destruindo".

A convocação de um assembleia constituinte para redigir uma nova Constituição, a suposta existência de grupos civis armados para defender o chavismo, as Milícias, e a "repressão" por parte da Guarda Nacional, a corporação militar que se ocupa da ordem pública nos protestos, "é o mesmo que destruir as Forças Armadas".

"Nós não queremos as Forças Armadas na oposição, queremos Forças Armadas que defendam a Constituição", acrescentou o deputado opositor.

Ao ser questionado sobre os processos judiciais abertos em jurisdição militar contra civis detidos nos protestos antigovernamentais, Borges reiterou que "esse é outro exemplo muito claro" da destruição "da instituição".

"A utilização de tribunais militares para julgar civis quando a Constituição é clara quando diz que isto só pode acontecer com militares ativos e para crimes militares, é para mim outra prova de que o governo, junto com a constituinte, com os coletivos, com o fato de armar os milicianos, está destruindo e degradando as Forças Armadas", disse Borges.

O parlamentar rejeitou também as acusações feitas ontem por Maduro sobre sua suposta responsabilidade nos atos de violência registrados nas últimas semanas de protestos, que deixaram um saldo de 39 mortos.

"Somos os primeiros a nos afastarmos da violência, porque toda a violência se chama Nicolás Maduro", concluiu o deputado.

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