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Chefe do laboratório envolvido em esterilização é preso

A polícia prendeu diretor de laboratório farmacêutico e seu filho, suspeitos de terem destruído provas sobre a morte de 13 mulheres que foram esterilizadas

Ativistas protestam contra morte de 13 mulheres em programa de esterilização promovido pelo governo da Índia (AFP)

Ativistas protestam contra morte de 13 mulheres em programa de esterilização promovido pelo governo da Índia (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 09h12.

Bilaspur - A polícia da Índia prendeu o diretor de um laboratório farmacêutico e seu filho, suspeitos de terem destruído provas sobre a morte de 13 mulheres que foram esterilizadas.

"Ramesh Mahawar, diretor do Mahawar Pharma, e seu filho foram detidos", informou o policial Om Prakash Pal à AFP.

Ele confirmou que os dois tentaram destruir provas do caso.

Os investigadores querem comprovar a qualidade dos medicamentos administrados às mulheres depois que foram operadas no sábado em um estado da região central do país.

Na véspera, a polícia indiana também prendeu o cirurgião que esterilizou mais de 80 mulheres, um programa que terminou com a morte de 13 pacientes.

R.K Gupta esterilizou em apenas cinco horas 83 mulheres, que receberam 1.400 rupias (23 dólares) cada uma, como parte de um plano de esterilização do governo para controlar a demografia do país.

Treze mulheres morreram e dezenas foram internadas por complicações.

O médico será apresentado a um tribunal e a polícia pretende apreender o material utilizado nas cirurgias, já que existe a possibilidade de que estivesse infectado.

Gupta afirmou que o governo o pressionou para realizar as operações em série e atribuiu as mortes aos medicamentos administrados.

"Não é minha culpa, a administração me pressionou para que cumprisse os objetivos", disse o médico, segundo o canal NDTV.

"As operações transcorreram bem, o problema foi provocado pelos medicamentos administrados às mulheres", afirmou.

O governo de Chhattisgarh proibiu a venda de seis medicamentos pelo temor de que estariam fora das normas de uso, informou a agência Press Trust of India.

A esterilização é um dos métodos mais aplicados de planejamento familiar na Índia, onde muitos estados adotam a medida de forma expressiva, sobretudo com as mulheres das áreas rurais, que em tese são voluntárias mas geralmente estão desinformadas, segundo as ONGs.

As vítimas sofreram vômitos e uma forte queda de pressão após a esterilização por laparoscopia.

O governo regional suspendeu quatro diretores da secretaria de Saúde e abriu uma investigação. Os moradores protestaram nas ruas da capital do estado, Raipur, para pedir a renúncia do governador.

A ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou o número elevado de mortes em campanhas de esterilização, situação que atribui, entre outros fatores, ao fato dos funcionários do setor de saúde serem obrigados a cumprir metas mensais "informais".

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