Irã: prisioneiro Alireza M. foi declarado morto pelo médico assistente, depois de passar 12 minutos pendurado por uma corda suspensa por um guindaste em uma prisão no nordeste do país (Morteza Nikoubazl/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2013 às 23h02.
Teerã - O chefe do Judiciário do Irã, o aiatolá Sadeq Larijani, está pensando na possibilidade de poupar a vida de um traficante de drogas condenado à morte que sobreviveu à forca.
O prisioneiro Alireza M., de 37 anos, foi declarado morto pelo médico assistente, depois de passar 12 minutos pendurado por uma corda suspensa por um guindaste em uma prisão no nordeste do país.
No dia seguinte, os funcionários do necrotério na cidade de Bojnourd, onde seu corpo foi levado, afirmaram que ele ainda estava respirando.
Alireza M. está se recuperando no hospital, enquanto os juristas discutem se a lei deve exigir que ele seja levado para a forca pela segunda vez.
A Anistia Internacional apelou pela suspensão da execução imediata de Alireza M. e de todos os outros prisioneiros que estão no corredor da morte no Irã, que foi o segundo país que realizou mais execuções no ano passado, ficam atrás apenas da China.
"A perspectiva terrível deste homem diante de um segundo enforcamento, depois de ter passado por todo o calvário uma vez, apenas destaca a crueldade e a desumanidade da pena de morte", disse Philip Luther, diretor da Anistia Internacional no Oriente Médio. " As autoridades iranianas devem suspender imediatamente a execução Alireza M. e de todos os outros que estão no corredor da morte", completou.
Os juristas iranianos estão divididos sobre o que deve ser feito.
O juiz de alto escalão, Nourollah Aziz-Mohammadi, disse ao jornal que a lei exige que o condenado à morte seja morto. Por isso, ele acredita que Alireza M. tem que ser levado à forca pela segunda vez.
Mas outros advogados assinaram uma petição ao chefe do Judiciário apelando para que o caso fosse avaliado individualmente.
Apenas no ano passado, o Irã condenou mais de 500 pessoas à morte. Em 2013, 508 pessoas já foram executadas no país, informou a Anistia Internacional.