Manifestante segura cartaz contra o preisdente Mohamed Mursi, em Cairo, no Egito: aliança opositora que convocou protestos contra presidente se reúne com Forças Armadas do país (REUTERS/Asmaa Waguih)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2013 às 12h28.
Cairo - O chefe do exército egípcio, Abdel Fatah al Sisi, se reuniu nesta quarta-feira com o representante da oposição e prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei para analisar a futura agenda que as Forças Armadas pensam em lançar caso o presidente Mohamed Mursi não concorde e não cumpra o ultimato das Forças Armadas.
Fontes da Frente do 30 de Junho, aliança opositora que convocou os protestos contra o presidente, confirmaram à Agência Efe o encontro entre Sisi e ElBaradei, que ocorre antes do fim do prazo dado pelo exército para que Mursi solucione a crise política no país.
Por outro lado, o porta-voz militar, Ahmed Mohammed Ali, informou em comunicado divulgado em sua página oficial no Facebook que o supremo comando do exército está realizando encontros com diferentes "ícones religiosos, nacionais, políticos e juvenis", e depois emitirá um comunicado.
Sisi se reuniu previamente com altos responsáveis militares para preparar a nota, que será divulgada em coincidência com o fim do ultimato dado a Mursi.
A Frente do 30 de Junho anunciou ontem que elegeu El Baradei, líder do partido opositor Al Dustur (Constituição) e integrante da Frente de Salvação Nacional (principal aliança não islamita), como porta-voz e representante encarregado de preparar uma transição política.
A recém-criada Frente do 30 de Junho está reunido em torno da campanha "Tamarrud" (Rebelião), que assegurou na semana passada que tinha conseguido a assinatura de 22 milhões de egípcios para pedir a saída de Mursi.
Em mensagem televisionada, o líder defendeu ontem à noite sua legitimidade democrática e pediu ao exército que retire seu requerimento.
Mursi pediu aos egípcios para se afastarem dos remanescentes do anterior regime de Hosni Mubarak e evitar o derramamento de sangue entre eles, e afirmou estar disposto a sacrificar sua vida pelo país.
Posteriormente, o chefe das Forças Armadas egípcias Al Sisi disse em uma breve mensagem no Facebook que para os militares "é mais digno morrer do que ver o povo egípcio aterrorizado ou ameaçado".
*Matéria atualizada às 12h27