Mundo

Chefe do Banco Mundial diz que não renunciará após ser acusado de negacionista da mudança climática

"Não vou renunciar e não considerei isso", respondeu Malpass, questionado pelo jornal Politico, acrescentando que "nenhum" dos Estados-membros da instituição internacional pediu sua saída

"Não sou um negacionista", afirmou (Win McNamee/Getty Images)

"Não sou um negacionista", afirmou (Win McNamee/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 23 de setembro de 2022 às 16h02.

Última atualização em 23 de setembro de 2022 às 17h54.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, acusado nos últimos dias de ser um cético da mudança climática, afirmou nesta sexta-feira, 23, em uma entrevista que não tem intenção de deixar seu cargo, rejeitando novamente as acusações que recebeu.

"Não vou renunciar e não considerei isso", respondeu Malpass, questionado pelo jornal Politico, acrescentando que "nenhum" dos Estados-membros da instituição internacional pediu sua saída.

O presidente do Banco Mundial está sendo criticado por não reconhecer o papel dos combustíveis fósseis no aquecimento global, durante uma mesa redonda na terça-feira organizada pelo jornal The New York Times.

Questionado na ocasião sobre uma declaração do ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que o acusou de ser um negacionista da mudança climática, Malpass se recusou repetidamente a dizer se acreditava que as emissões causadas pela atividade humana estavam aquecendo o planeta. "Eu não sou um cientista", afirmou.

Mas sob críticas crescentes, Malpass esclareceu sua posição na quinta-feira e o fez novamente nesta sexta.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo toda manhã no seu e-mail. Cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

"Está claro que as emissões de gases de efeito estufa da atividade humana estão aumentando, causando mudanças climáticas", disse ele ao jornal Politico. "Então, a tarefa para nós, para o mundo, é reunir os projetos e o financiamento que realmente causem impacto".

Em entrevista à CNN um dia antes, Malpass também reconheceu que a mudança climática vinha de "fontes criadas pelo homem, incluindo combustíveis fósseis, metano, usos agrícolas e usos industriais".

"Não sou um negacionista", afirmou, acrescentando que sua mensagem foi "confusa" e que "nem sempre" transmitiu bem o que queria dizer.

O chefe do Banco Mundial é tradicionalmente americano, enquanto o líder do outro grande credor internacional, o FMI, tende a ser europeu.

Malpass é um veterano de administrações republicanas e foi nomeado em 2019 sob a presidência de Donald Trump, conhecido por suas posições negacionistas sobre a realidade das mudanças climáticas.

LEIA TAMBÉM:

Banco Mundial anuncia nova ajuda de US$ 4,5 bilhões para Ucrânia

Banco Mundial vai ajudar América Latina a se adaptar e combater mudanças climáticas

Acompanhe tudo sobre:Banco MundialNetZero

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA