Hospital bombardeado: "queria vir pessoalmente a Kunduz e estar perante as famílias e o povo de Kunduz para me desculpar profundamente" (Stringer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2016 às 12h01.
Cabul - O novo chefe das forças dos Estados Unidos no Afeganistão, o general John Nicholson, pediu nesta terça-feira perdão a parentes dos 42 mortos em outubro em um bombardeio de suas tropas contra um hospital da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) na cidade nortista de Kunduz, onde se encontra de visita oficial.
"Como comandante, queria vir pessoalmente a Kunduz e estar perante as famílias e o povo de Kunduz para me desculpar profundamente", indicou o general, segundo um comunicado divulgado pela missão da Otan no Afeganistão.
O bombardeio, ocorrido durante a tomada talibã da cidade, foi qualificado pelo Pentágono de "erro" e levou também o presidente americano, Barack Obama, a pedir desculpas à organização MSF.
Na reunião com Nicholson, que ocorre dias depois da divulgação da suposta decisão de Washington de impor só sanções administrativas a 11 militares envolvidos no bombardeio, também estiveram presentes membros da MSF e líderes da comunidade local.
"Choro com vocês pela perda e sofrimento, e peço humildemente e respeitosamente perdão", manifestou o chefe das forças americanas e da Otan no encontro.
O ataque aéreo aconteceu no marco do contra-ofensiva das tropas afegãs para recuperar Kunduz das mãos dos talibãs, cuja tomada temporária da cidade foi sua maior conquista militar desde o fim de seu regime em 2001 após a invasão dos EUA.
Pelo menos 14 trabalhadores da MSF, 24 pacientes e 4 familiares que ajudavam no centro de saúde morreram na ação, na qual também ficaram feridas 37 pessoas.