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Chefe das Forças Armadas do Egito mostra agilidade na crise

Abdel Fattah al-Sisi construiu uma rede de contatos que começou a cultivar depois de sua nomeação como chefe das Forças Armadas, no ano passado


	Membro da Irmandade Muçulmana: desde que Sisi depôs Mursi, suas declarações mostraram que ele estava estudando a política egípcia mais de perto do que qualquer um, além desuspeitas com relação à Irmandade
 (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

Membro da Irmandade Muçulmana: desde que Sisi depôs Mursi, suas declarações mostraram que ele estava estudando a política egípcia mais de perto do que qualquer um, além desuspeitas com relação à Irmandade (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 14h22.

Cairo - Para um homem que diz não querer ser presidente, o chefe das Forças Armadas do Egito está se mostrando um político habilidoso até agora.

Desde que depôs o presidente islâmico Mohamed Mursi em 3 de julho, o general Abdel Fattah al-Sisi construiu uma rede de contatos que começou a cultivar depois de sua nomeação como chefe das Forças Armadas, no ano passado.

Ele se reuniu com todos os campos, de clérigos importantes a escritores e jovens ativistas, ao longo da crise provocada pela queda de Mursi, enquanto fazia malabarismos nas delicadas relações com os Estados Unidos, Europa e aliados árabes.

Mas sua relação estreita com Mohammad ElBaradei, vice-presidente no novo governo apoiado pelos militares, pode ser a que moldará o resultado do atual impasse com a Irmandade Muçulmana e o futuro político do Egito.

"O general Sisi está se encontrando com ElBaradei regularmente e liga para ele frequentemente. Ele aprecia sua opinião", disse um oficial militar.

O ex-chefe da inteligência militar, de 58 anos, vem mostrando espírito político desde que Mursi o nomeou no ano passado. Um de seus primeiros passos foi reforçar o Departamento de Relações Públicas do Exército, que agora o ajuda a ganhar popularidade.

Desde que Sisi depôs Mursi, suas declarações mostraram que ele estava estudando a política egípcia mais de perto do que qualquer um. Elas também revelaram profundas suspeitas beirando a hostilidade com relação à Irmandade Muçulmana, que poderiam definir o resultado da crise.

Milhares de partidários da Irmandade vêm fazendo protestos em duas regiões do Cairo há mais de um mês contra a derrubada de Mursi, exigindo que o presidente eleito seja reempossado.


O chefe das Forças Armadas disse que a Irmandade estava mais interessada em restaurar um império islâmico transnacional do que na nação egípcia -- uma acusação negada pelo grupo, mas expressa entre seus críticos mais duros.

Em sua única entrevista desde que assumiu, Sisi também alegou que Mursi permitiu que terroristas entrassem no Egito, alimentando a crescente militância na península do Sinai na delicada fronteira com Israel.

Ele também descreveu a Irmandade como uma minoria de 5 a 10 por cento que busca impor suas opiniões sobre todos os egípcios.

"Sempre esteve na cabeça deles que eles têm a verdade exclusiva e os direitos exclusivos", disse ele ao Washington Post. "Uma parte importante de sua cultura é trabalhar secretamente na resistência".

Direcionando sua mensagem numa mesa de café da manhã com estrategistas políticos norte-americanos, Sisi disse: "O título do artigo deveria ser: ‘Ei, América: Onde está seu apoio ao Egito? Onde está seu apoio ao povo livre?'".

A antipatia de Sisi pela Irmandade pode influenciar os esforços de tirar o grupo da rua e atraí-lo de volta para a política. Mas a relação com ElBaradei parece ter levado um elemento de moderação na postura do chefe militar.

"As Forças Armadas queriam um fim rápido aos protestos da Irmandade de qualquer maneira", disse uma fonte da área de segurança.

"Mas foram forçadas a aguardar depois que sentiram que uma provável erupção de violência durante a retirada poderia provocar reações mais fortes do Ocidente ou levar alguns no governo a renunciar", disse a fonte, referindo-se a ElBaradei, entre outros.

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