Ban admitiu saber que alguns Estados-membros queriam que o texto fechado por negociadores fosse mais ousado (©AFP / Evaristo Sa)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2012 às 14h34.
Rio de Janeiro - O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, pediu mais ambição aos líderes da Rio+20, inaugurada nesta quarta-feira, e que ajam como cidadãos globais para um desenvolvimento sustentável.
"Estou realmente pedindo que eles tenham um papel de cidadãos globais, como líderes globais", declarou Ban em coletiva de imprensa após a abertura da cúpula.
"Por que ter uma cúpula? Por que convidei líderes, chefes de Estado e governos? São eles que poderão fazer as decisões políticas, as escolhas", declarou.
Ban admitiu saber que alguns Estados-membros queriam que o texto fechado por negociadores na terça-feira fosse mais ousado.
"Também acho que deveríamos ter um documento mais ambicioso. Mas entendo que a negociação foi muito difícil".
Ban definiu o acordo como muito "prático" e disse ser importante que os líderes, reunidos na conferência de três dias, se comprometam com "uma forte vontade política".
Na abertura da cúpula, o chefe da ONU disse esperar que a Rio+20 defina um novo modelo para a economia do século 21. "É uma oportunidade importante rumo ao caminho sustentável".
"Não podemos continuar a crescer e consumir às custas do meio ambiente global."
Segundo Ban, os líderes mundiais precisam enviar uma mensagem de que estão comprometidos com um futuro sustentável.
"O fruto dessa conferência é mais do que um documento. (...) A Rio+20 é um marco, também pode ser uma transformação".
"Minha mensagem para os líderes globais é clara: o desenvolvimento sustentável é uma ideia cujo tempo vai chegar. Precisamos juntar as palavras às ações. Agora é a hora dos líderes globais agirem".
"Vinte anos depois, temos outra chance. Não a desperdiçaremos", pediu Ban Ki-moon ao abrir oficialmente a Rio+20.
"Estou satisfeito de que as negociações tenham chegado a uma conclusão satisfatória e cumprimento a Presidência do Brasil por facilitar esse resultado. Um acordo histórico está a nosso alcance", disse ainda.
"O mundo está nos observando para ver se as palavras se traduzem em ações, como sabemos que deve ocorrer. A Rio+20 não é um final, é um começo. É hora de que todos pensemos globalmente e em longo prazo, começando aqui no Rio, porque o tempo não está do nosso lado", completou.
A cúpula deve ser encerrada na sexta-feira com o documento fechado pelos países que estabelece as bases para uma transação rumo a uma economia verde no planeta, e que respeite os recursos naturais e leve em conta a luta contra a pobreza.
Ativistas ambientais e sociais de todo o mundo criticaram o fato de esse documento não alcançar a ambição necessária para os objetivos do planeta, e pediram aos líderes mais empenho para o sucesso da conferência.