Refugiados em fronteira da Macedônia com a Grécia: "Isto exige um aumento exponencial na solidariedade global" disse Ban Ki-moon (Stoyan Nenov / Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2016 às 14h45.
Genebra - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu nesta quarta-feira que todos os países aceitem quase meio milhão de refugiados sírios que precisam ser reassentados ao longo dos próximos três anos.
Dando início a uma conferência organizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Genebra, Ban disse: "Isto exige um aumento exponencial na solidariedade global".
A ONU pretende reassentar cerca de 480 mil refugiados sírios, cerca de um décimo daqueles atualmente em países vizinhos, até o final de 2018, mas admitiu que precisa superar o temor generalizado e as desavenças políticas.
Ban pediu aos países que se comprometam com opções novas e adicionais para receber refugiados, como reassentamentos ou acolhimentos por razões humanitárias, assim como oportunidades de trabalho e estudo.
Filippo Grandi, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, disse que os refugiados estão se deparando com obstáculos crescentes para se colocarem em segurança.
"Precisamos encontrar uma maneira de administrar esta crise de uma maneira mais humana, equitativa e organizada. Isso só é possível se a comunidade internacional estiver unida e em acordo sobre como seguir adiante", disse Grandi.
O conflito sírio de cinco anos já matou mais de 250 mil pessoas desde 2011 e transformou quase 5 milhões de pessoas em refugiados no exterior, principalmente nos vizinhos Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque.
"Se a Europa acolhesse o mesmo percentual de refugiados que o Líbano em comparação com sua população, teria que receber 100 milhões de refugiados", afirmou Grandi.
A União Europeia selou um acordo este mês com a Turquia, que atualmente abriga 2,7 milhões de refugiados sírios, que objetiva deter os fluxos da imigração ilegal para a Europa em troca de recompensas financeiras e políticas para Ancara.