Ban Ki-moon: Ban criticou o mais recente plano de expansão de Israel, após reunir-se com o primeiro-ministro israelense (Sonny Tumbelaka/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2014 às 12h51.
Jerusalém - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou a Israel nesta segunda-feira para que abandone os planos de expandir assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, a parte árabe da cidade, que os palestinos querem como a capital de seu futuro Estado, e exortou ambos os lados a retomarem rapidamente as negociações de paz.
Israel ocupou a Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental em 1967, na Guerra dos Seis Dias, e posteriormente anexou a parte oriental da cidade, em um movimento não reconhecido internacionalmente.
Os palestinos buscam estabelecer um Estado nos três territórios, enquanto Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível.
Ban criticou o mais recente plano de expansão de Israel, após reunir-se com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, como parte de uma visita à região um dia depois de nações ocidentais e árabes se comprometerem em uma conferência de Cairo em destinar 5,4 bilhões de dólares para ajudar a reconstruir a Faixa de Gaza.
O enclave costeiro densamente povoado sofreu fortes danos na guerra em julho e agosto entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que tomou o controle de Gaza após os israelenses se retiraram do território, em 2005.
No início deste mês Israel anunciou planos para construir 2.600 unidades habitacionais na área chamada pelos israelenses de Givat Hamatos, em terras ocupadas na periferia sudeste de Jerusalém, perto da cidade palestina de Belém, na Cisjordânia.
A expansão, que os críticos dizem que vai isolar os palestinos de Jerusalém, formando um anel de assentamentos judaicos em todo o flanco sul da cidade, já foi condenada pelos Estados Unidos e a União Europeia.
Ban disse que os planos são uma "clara violação" do direito internacional. "Isso não envia os sinais corretos. Eu exorto o governo de Israel a reverter essas atividades." Aludindo à guerra de Gaza, que terminou com uma trégua em 26 de agosto, Ban disse que "após esse verão difícil para israelenses e palestinos, ambos os lados precisam tomar medidas para construir a confiança".
Ban visitará Gaza na terça-feira para ver o que é necessário para reabilitar o enclave densamente povoado por 1,8 milhão de pessoas, onde cerca de 20 mil casas foram destruídas por bombardeios e ataques aéreos e da artilharia israelense em julho e agosto.
Mais de 2.100 palestinos, a maioria civis, foram mortos no conflito de 50 dias, enquanto 67 soldados israelenses e seis civis em Israel também morreram, o que fez desse confronto o mais letal da guerra travada com o Hamas desde que Israel retirou colonos de Gaza.