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Chefe da ONU cobra medidas radicais no setor de óleo e gás

Autoridade climática defendeu uma "transformação urgente" para uma produção mais limpa


	Geleira derretendo: Para limitar o aquecimento ao teto estipulado, "três quartos das reservas de combustíveis fósseis precisam permanecer no solo, e os combustíveis fósseis devem ser usados de forma comedida e responsável"
 (klemas/Creative Commons)

Geleira derretendo: Para limitar o aquecimento ao teto estipulado, "três quartos das reservas de combustíveis fósseis precisam permanecer no solo, e os combustíveis fósseis devem ser usados de forma comedida e responsável" (klemas/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2014 às 11h42.

Oslo - A principal autoridade climática da ONU propôs nesta quinta-feira que o setor de gás e petróleo adote medidas radicais para ter um futuro mais limpo e com menos emissões de carbono, sob pena de precisar deixar no solo três quartos das reservas de combustíveis fósseis.

"A época da experimentação, das mudanças marginais e de uma resposta condicional já acabou", disse Christiana Figueres em discurso em Londres à Associação Internacional de Conservação Ambiental da Indústria do Petróleo (Ipieca, na sigla em inglês).

Ela defendeu uma "transformação urgente" para uma produção mais limpa, depois de cientistas importantes alertarem na segunda-feira que a mudança climática irá prejudicar a oferta alimentícia, desacelerar o crescimento econômico e agravar as causas subjacentes dos conflitos armados.

Para limitar o aquecimento global ao teto estipulado pela ONU, "três quartos das reservas de combustíveis fósseis precisam permanecer no solo, e os combustíveis fósseis devem ser usados de forma comedida e responsável", afirmou.

As empresas de gás e petróleo dizem estar envolvidas no combate ao aquecimento global, focando, por exemplo, na eficiência energética e em tecnologias com baixa emissão de carbono.

Em relatório publicado na segunda-feira para tratar dos riscos associados à mudança climática, a Exxon Mobil disse que todas as fontes energéticas, inclusive os combustíveis fósseis, precisam ser exploradas para atender à crescente demanda mundial.

Nos últimos meses, Figueres vem se mostrando mais crítica à indústria do gás e petróleo, como parte dos esforços para promover o uso de recursos renováveis, como a energia solar e eólica. Em novembro, ela já havia pedido à indústria do carvão que seja mais limpa.

Governos de todo o mundo discutem atualmente um novo tratado climático global que permita o cumprimento da meta de limitar o aquecimento do planeta a uma média de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industrial.

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