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Chefe da Guarda Revolucionária iraniana se explica sobre avião abatido

Medida ocorre um dia depois que as autoridades admitiram que abateram por engano um avião ucraniano, o que causou protestos nas ruas

Destroços do voo PS752: manifestações foram organizadas depois que as autoridades iranianas admitiram que um míssil foi disparado por "erro humano" (Nazanin Tabatabaee/WANA/Reuters)

Destroços do voo PS752: manifestações foram organizadas depois que as autoridades iranianas admitiram que um míssil foi disparado por "erro humano" (Nazanin Tabatabaee/WANA/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de janeiro de 2020 às 13h28.

Última atualização em 12 de janeiro de 2020 às 13h30.

O chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, compareceu neste domingo (12) perante o Parlamento iraniano para dar explicações sobre a crise que abala o país, um dia depois que as autoridades admitiram que abateram por engano um avião ucraniano, o que causou protestos nas ruas.

A presença de Salami no Parlamento coincidiu com a confirmação pelas autoridades iranianas da breve detenção do embaixador britânico no Irã, Rob Macaire, quando ele deixava uma manifestação no sábado (11), apresentada como uma vigília em memória das vítimas do voo PS752.

Esse protesto estudantil foi dispersado pela polícia. A manifestação foi organizada depois que as autoridades iranianas admitiram que um míssil disparado por um "erro humano" causou a queda na quarta-feirado avião ucraniano em Teerã. As 176 pessoas a bordo, a maioria iranianas e canadenses, morreram.

Embora o governo canadense tenha apontado a tese do míssil desde a quarta à noite, o Irã insistiu na negação até o sábado.

Líderes de diferentes países, começando pelo primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, elogiaram o reconhecimento iraniano, mas pediram uma investigação completa e transparente.

Após o comparecimento do general Salami, o presidente do Parlamento, Ali Larijani, instou as comissões parlamentares encarregadas da segurança e da política externa a examinarem esse "incidente grave" e a estudarem como impedir novos casos.

De acordo com a agência de notícias Isna, Salami detalhou a morte de Qassem Soleimani, chefe das operações externas da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, por um tiro de drone americano em 3 de janeiro em Bagdá.

Além disso, teria mencionado as represálias iranianas a este ataque americano.

Na quarta-feira, o Irã disparou vários mísseis contra duas bases iraquianas com tropas americanas, segundo a Isna.

- Novos protestos -

Neste domingo à tarde, unidades da polícia de choque, armadas com canhões d'água e porretes, estavam posicionadas ao redor das três universidades do centro de Teerã, segundo constataram jornalistas da AFP.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou o Irã no sábado que "não pode haver outro massacre de manifestantes pacíficos", aludindo aos protestos de novembro, violentamente reprimidos pelas forças de ordem de acordo com a ONG Anistia Internacional.

As autoridades iranianas confirmaram hoje a breve detenção do embaixador britânico Rob Macaire no sábado, quando uma vigília em homenagem aos mortos do avião ucraniano resultou em um protesto de iranianos enfurecidos contra o regime.

"Ele não foi preso, foi detido como um estrangeiro não identificado que participava de uma manifestação ilegal", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abas Araghchi, acrescentando que foi libertado 15 minutos depois, assim que sua identidade foi confirmada.

O embaixador britânico negou ter participado de manifestações contra as autoridades iranianas.

Em reação às tensões com Londres, entre 100 e 200 pessoas manifestaram na parte da tarde em frente à embaixada britânica em Teerã, queimando uma bandeira britânica, segundo um correspondente da AFP.

Os jornais iranianos deste domingo prestaram homenagem às pessoas que morreram na queda do avião. "Desculpem-se, renunciem", disse o jornal reformista Etemad.

"Imperdoável", escreveu o jornal pró-governo, que publicou os nomes de todas as vítimas.

"Desculpas profundas por um erro doloroso", escreveu o Javan, um jornal próximo à Gurada Revolucionária.

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