Mundo

Chavismo pede respeito ao resultado das eleições e diz que oposição 'sempre fala de fraude'

Venezuelanos contrários e favoráveis a Nicolás Maduros ocupam as ruas do país depois das eleições de domingo

Supporters of Venezuelan President Nicolas Maduro take part in a rally outside the Miraflores presidential palace in Caracas on July 30, 2024. Venezuela braced for new demonstrations after four people died and dozens were injured on the eve when the authorities broke up protests against President Nicolas Maduro's claim of victory in the country's hotly disputed weekend election. (Photo by Raul ARBOLEDA / AFP) (AFP)

Supporters of Venezuelan President Nicolas Maduro take part in a rally outside the Miraflores presidential palace in Caracas on July 30, 2024. Venezuela braced for new demonstrations after four people died and dozens were injured on the eve when the authorities broke up protests against President Nicolas Maduro's claim of victory in the country's hotly disputed weekend election. (Photo by Raul ARBOLEDA / AFP) (AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 1 de agosto de 2024 às 07h59.

Tudo sobreVenezuela
Saiba mais

Acusado de cometer fraude pela oposição e por diversos governos da região, Maduro convocou a militância chavista a marchar todos os dias para defender os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), de viés governista, que lhe concederam um terceiro mandato de seis anos.

"Eles falam isso desde a época de [Hugo] Chávez, que tudo era fraude, que tudo era armação", disse Elio Godoy, 74 anos, que marchava sorridente carregando uma bandeira e um quadro com a imagem de Jesus e a frase: "Amor, paz e paz segura com Maduro".

"Maduro, pra frente com você no volante", cantava um grupo de funcionários públicos a caminho de um palanque instalado nos arredores do palácio presidencial de Miraflores em Caracas.
"Uh, ah, Maduro não sairá", se ouvia durante a marcha.

Alguns vestiam camisas com a frase "Escolho Nicolás". Outros, uniformizados com camisas vermelhas com o logotipo da PDVSA, a estatal de petróleo do país, e outras instituições do Estado, agitando bandeiras da Venezuela, fazendo "selfies" e dançando durante a passagem de um caminhão com sistema de som e música em alto volume.

Dos edifícios situados no coração de Caracas, moradores apareciam para observar a mobilização, que não chegou a encher a avenida. "Ela me olha com raiva", afirmou uma mulher enquanto caminhava rumo ao palanque, apontando para outra que a observava da sacada de seu apartamento.

Que nos respeitem

Vestida com uma camisa celeste com o slogan "Venceu meu galo pinto", símbolo da campanha do mandatário chavista, Ledys Rodríguez, uma vendedora de roupas de 65 anos, rechaçava as manifestações pós-eleitorais que deixaram pelo menos 11 civis mortos e mais de 1.000 detidos.

"Como é possível que venham destruir nossas ruas, todas as coisas boas e bonitas que o governo fez?", questionou, em alusão às escaramuças em que várias estátuas do finado Hugo Chávez (1999-2013) foram derrubadas e alguns cartazes com o rosto de Maduro foram destruídos.

"Nem María Corina Machado nem o outro senhor [Edmundo González] devem falar que houve fraude. Estamos apoiando nosso presidente e vamos defender nosso país, inclusive com a vida se for necessário", afirmou Rodríguez, de 65 anos.

María Corina, alma da campanha para impulsionar a candidatura de Edmundo Gónzalez Urrutia, seu substituto devido a uma inabilitação que a impediu de se candidatar, garantiu que a oposição tem em seu poder mais de 84% das atas que corroboram o triunfo de seu candidato.

"Sempre falam de fraude", sustentou Edwin Blanco, um barbeiro de 30 anos, militante do PSUV. "Isso está mais do que demonstrado, não há fraude", ressaltou Blanco, que vive no bairro popular de San Agustín, em Caracas.

Maduro garantiu nesta quarta-feira que os partidos que o apoiam já dispõem de 100% das atas que confirmam os resultados oferecidos pelo CNE, acusado pela oposição de servir ao chavismo.

No início da noite, Maduro apareceu em uma das sacadas do palácio presidencial para falar aos simpatizantes que o aguardavam desde cedo.

"Maduro, amigo, o povo está contigo", cantavam. "Povo, amigo, Maduro está contigo", respondeu o mandatário. "Eles acreditavam que poderiam nos levar para uma guerra civil. Já posso lhes dizer hoje, os criminosos foram derrotados", disse sobre os protestos para rejeitar a apuração dos votos.

"O que querem é nos prejudicar, não vamos permitir isso", frisou Rodríguez, que afirma lutar por seus filhos e netos. "Tivemos eleições e Maduro venceu, que nos respeitem."

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesVenezuelaDemocraciaNicolás Maduro

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru