A AN é uma das instituições onde mais se refletiu a situação de polarização política após eleições vencidas por Maduro com margem de 225 mil votos, mas que a oposição não reconhece (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2013 às 18h13.
Caracas - A maioria governista na Assembleia Nacional propôs à oposição um diálogo para recuperar a normalidade no Parlamento venezuelano após as brigas da última semana, mas para ter novamente o direito à palavra ela teria que aceitar as condições apresentadas, informaram fontes parlamentares nesta terça-feira.
De acordo com o deputado chavista Pedro Carreño, os parlamentares da oposição deverão repudiar o uso da violência e reconhecer as autoridades do país na próxima sessão plenária da Assembleia Nacional (AN), ainda sem data para acontecer.
No entanto, membros da oposição asseguraram nesta terça-feira à Agência Efe que não assinarão nenhum documento que reconheça Nicolás Maduro como presidente e que fizeram uma "contraproposta" nas conversas iniciadas ontem.
O legislador opositor Eduardo Gómez assinalou que a minoria parlamentar apresentou uma contraproposta para que o Governo se retrate por "violar o direito à palavra e garanta a segurança de todos".
A oposição não tem mais direito à palavra na AN desde 16 de abril, por decisão do presidente do legislativo, Diosdado Cabello, que também destituiu deputados opositores da presidência de três comissões parlamentares.
As conversas que acontecem desde ontem têm o objetivo de recuperar a normalidade na AN, que na última terça-feira foi cenário de incidentes nos quais deputados se enfrentaram. A oposição contou que dez membros da sua bancada foram agredidos, enquanto a situação apontou que quatro chavistas acabaram atingidos.
A AN é uma das instituições onde mais se refletiu a situação de polarização política no país após as eleições de 14 de abril, vencidas por Maduro com uma margem de 225 mil votos, mas que a oposição não reconhece.