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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Caracas - O presidente venezuelano Hugo Chávez anunciou planos de confiscar empresas de alumínio, ferro e outros metais na região rica neste tipo de matéria-prima em Guayana, como parte de seu plano para os próximos anos de transformar a área em um de seus berços do socialismo.
A Norpro da Venezuela, que é ligada à Norpro dos Estados Unidos, e a fabricante ferro briquetado a quente (HBI, em inglês) Matesi Materiales Siderurgicos foram tomadas e colocadas nas mãos do governo, disse Chávez em uma televisão estatal no sábado.
As duas empresas estão localizadas na região sudeste do país, em Guayana, onde o governo Chávez tem lentamente tomado posse de todos os ativos privados ligados à mineração e metalurgia.
Chávez também disse que existem planos de nacionalizar outras empresas de mineração na região e afirmou que empresas que transportam matéria-prima em Guayana também serão confiscadas.
"Nós precisamos destruir o capitalismo na região de Guayana para criar o nosso socialismo, colhendo ideias de outros modelos, mas com a nossa própria identidade", argumentou o presidente.
Chávez anunciou o plano de nacionalizar a Matesi, uma unidade da empresa de aço argentina Tenaris, um ano atrás, e assumiu o controle operacional da unidade em agosto. Desde então, ele disse que o governo tem procurado chegar a um entendimento sobre o preço de venda, mas não conseguiu alcançar um acordo "amigável". Assim, Chávez decidiu confiscar a unidade.
A Tenaris, uma unidade do conglomerado ítalo-argentino Techint, perdeu sua principal usina de aço na Venezuela, chamada Sidor, para o programa de nacionalização de Chávez em 2008.
O presidente da Venezuela tem nacionalizado divisões de companhias e indústrias inteiras em seus 11 anos no poder, como parte de um esforço para criar um "Socialismo do século XXI" na Venezuela, país que é rico em petróleo. O governo controla os setores de café, cimento e eletricidade, assim como boa parte do setor bancário e de petróleo. Agora também controla a maior parte do setor de mineração e metais.
O crescente controle do governo na região de Guayana poderia acabar expandindo a já inchada empresa estatal de indústrias de base CVG, ou Corporación Venezuela de Guayana. Trata-se de um conglomerado de 16 empresas com quase 20 mil empregados que sofre com graves problemas de disputas trabalhistas e falta de investimentos. A empresa não divulga relatórios financeiros consolidados.
Durante uma cerimônia no sábado com autoridades da CVG e outras empresas de indústrias de base estatais, Chávez ordenou dúzias deles a levantarem a mão e fazer um juramento de compromisso com o socialismo e a prometer "lutar contra a corrupção e a ineficiência".
Chávez garantiu que não vai demitir nenhum empregado de empresas privadas que foram nacionalizadas. As informações são da Dow Jones.