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Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2012 às 15h31.
Caracas - O presidente e candidato favorito, Hugo Chávez, continuará com sua campanha viajando pelo país para reunir partidários e garantir sua vitória 9 dias das eleições presidenciais de domingo, dia 7.
Chávez, de 58 anos e quase 14 como presidente, declarou que sua vitória tornará irreversível seu regime socialista, em um país com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, que permitiram financiar programas milionários de assistência aos pobres, sua base eleitoral.
A maioria das pesquisas de opinião apontam o presidente como favorito, à frente de Capriles, de 40 anos, neste fim de campanha. A última sondagem da Datanálisis indicou nesta semana 49,9% das intenções de votos para Cháves e 39% para seu adversário, apesar da progressão de Capriles.
"Não há uma só empresa que não apresente um aumento significativo dos votos para o líder da oposição", afirmou o presidente da Datanálisis, Luis Vicente Léon.
Chávez insiste que sua vitória é certa e, recuperado de um câncer em julho, diminuiu o ritmo de campanha e o tempo de seus discursos, antes intermináveis.
Para este presidente que personifica o poder, Capriles não é mais do que um "majunche" (quase nada) e um "analfabeto político", cuja vitória traria "o caos" para a Venezuela, como tem repetido incansavelmente em sua campanha.
Em desvantagem de recursos, incluindo midiáticos, Capriles tem respondido com a mesma estratégia que levou seu rival ao poder em 1998: de casa em casa.
O candidato do jovem partido Primeira Justiça (social-cristão), viajou por todo o país, oferecendo uma imagem revitalizada da oposição, que nos últimos anos esteve associada a um desgastado sistema de partidos que se revezaram no poder durante 40 anos, antes da chegada de Chávez.
Acusado pelo partido no poder de agir seguindo o roteiro de "marketing americano", sem um discurso de fundo, o ex-governador do populoso estado de Miranda (norte) promete combater a violência, o maior problema dos venezuelanos, com 50 homicídios por cada 100 mil habitantes em 2011, e fornecer apoio social, reforçando os programas sociais de Chávez.
O líder da oposição "voltou para a política de base, convencional, que é o trabalho corpo a corpo, pessoa a pessoa", afirma León, para quem a campanha "ainda está viva e não se pode excluir qualquer cenário."
Contudo o analista político Farith Fraija ressalta que o presidente continua contando com "os votos impertubáveis do chavismo, que dão uma diferença de mais de 10 pontos" em muitas pesquisas, enquanto o líder da oposição depende dos indecisos para ter alguma chance de vitória.
Até o final da campanha, no dia 4, Fraija acredita que os candidatos vão "explorar algumas cartas escondidas na manga para ganhar votos em setores ainda não definidos".
Assim, Capriles poderia anunciar quem será seu vice-presidente, caso vença a eleição, enquanto Chávez tem a seu favor "um estoque de possibilidades de anúncios que podem causar impacto" no eleitorado, disse Fraija.
Por enquanto, o presidente, que tem visitado muitas casas, assinou esta semana importantes acordos energéticos com a Rússia, lançou um serviço de ônibus em Caracas e seu governo lançará ainda nesta sexta-feira o seu segundo satélite, o Miranda.