"Nós não somos ameaça para ninguém. Somente temos direitos e somos soberanos", disse Chávez sobre a posição do governo norte-americano (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 08h45.
Brasília – Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reúnem-se hoje (9) em Caracas, capital venezuelana. De acordo com Chávez, vários acordos de cooperação bilateral serão assinados por eles. Ahmadinejad está na América Latina para uma visita de cinco dias que inclui, além da Venezuela, a Nicarágua, o Equador e Cuba.
"Amanhã [hoje] vamos trabalhar o dia todo, verificando acordos de cooperação. Nós não somos ameaça para ninguém. Somente temos direitos e somos soberanos", disse Chávez, no programa semanal que conduz na televisão e no rádio, o Alô, Presidente.
Durante o programa, Chávez condenou a posição do governo norte-americano que criticou a proximidade de Ahmadinejad com a Venezuela. Segundo ele, a parceria dos venezuelanos com os iranianos gerou a aceleração do processo de construção de casas populares e o incentivo à indústria.
Ahmadinejad visita a América Latina com quatro ministros - Ali Akbar Salehi (Relações Exteriores), Mehdi Gazanfari (Comércio, Indústria e Minas), Majid Namju (Energia), Seyed Shamsedin Hosseini (Economia) - e um grupo de empresários.
Desde 2010, o Irã é alvo de uma série de sanções econômicas, comerciais e financeiras da comunidade internacional. As medidas foram aprovadas como forma de pressionar o governo iraniano a abandonar o programa nuclear desenvolvido no país. Para a comunidade internacional, o programa mantém a produção de armas nucleares. Os iranianos negam.
Ahmadinejad visitou a Venezuela em novembro de 2009, quando foram firmados 68 projetos de cooperação bilateral nas áreas de agricultura, da indústria, do comércio e de energia. Durante a visita foi inaugurado o Fundo Único Binacional Irã-Venezuela, com o objetivo de estimular a produção e os investimentos entre as duas nações.
Em outubro de 2010, Chávez foi ao Irã, onde assinou 11 protocolos de intenção relativos à cooperação nos setores de petróleo, energia, da indústria e do comércio. Também houve discussões sobre futuros acordos nas áreas de transporte de hidrocarbonetos e produção de alimentos, além de questões agrícolas.