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Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2011 às 11h40.
Caracas - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, delegou neste sábado alguns poderes ao seu vice-presidente e a outro funcionário do alto escalão, incluindo poderes orçamentais e desapropriações, antes de partir para Cuba e continuar um tratamento contra um câncer.
Pela primeira vez em mais de doze anos de governo, Chávez cedeu parte de seus poderes e atribuições administrativas por decreto, depois de receber, neste sábado, autorização da Assembléia Nacional para sair do país e prosseguir na ilha a luta contra o câncer.
"Vou delegar ao vice-presidente, Elías Jaua, e ao ministro das Finanças, Jorge Gordani, algumas decisões que até agora tocavam a mim, as assinaturas e as decisões, aqui está o decreto", disse Chávez em uma reunião de gabinete na televisão.
Chávez teve um grande tumor removido no mês passado em Cuba e marcou para retornar à ilha caribenha neste sábado, para a quimioterapia. Ele não disse que tipo de câncer tem ou por quanto tempo ele ficará fora do país.
O ex-soldado, que chama Fidel Castro de seu mentor, tem polarizado a política no hemisfério ocidental desde que tomou posse em 1999, com ataques freqüentes aos Estados Unidos, aquisições agressivas no vital setor de petróleo da Venezuela e nacionalizações de grandes áreas da economia do país.
Ele mencionou algumas decisões orçamentais e expropriações, entre os poderes delegados aos seus funcionários. O governo socialista de Chávez faz amplo uso de nacionalizações e expropriações para redistribuir a riqueza.
Oponentes dizem que é impossível para Chávez governar a nação membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com 29 milhões de habitantes de uma cama de hospital cubano. O presidente no entanto resistiu aos pedidos de afastamento evocando um breve golpe contra ele em 2002.
Chávez fez duas cirurgias que descreveu como "complicadas" em Cuba no mês passado --a primeira de um abcesso pélvico e outra para remover um tumor de grande porte. Ele estava fora quase um mês até voltar a Caracas, em 4 de julho, um dia antes da comemoração da independência venezuelana.
Chávez estava se preparando para propor outro mandato de mais seis anos quando a doença o atingiu.
Ele ainda é o único candidato declarado à eleição do ano que vem, mas inevitavelmente será questionado sobre sua possibilidade de governar em função da doença.
No mínimo, sua campanha será menor e mais fraca do que ele gostaria. Na pior das hipóteses, ele pode ser forçado a desistir.