Mundo

Chávez delega alguns poderes antes de ir para Cuba

Pela primeira vez em mais de doze anos de governo, Chávez cedeu parte de seus poderes e atribuições administrativas

Chávez: líder venezuelano delegou neste sábado alguns poderes ao seu vice-presidente e a outro funcionário do alto escalão (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Chávez: líder venezuelano delegou neste sábado alguns poderes ao seu vice-presidente e a outro funcionário do alto escalão (Peter Macdiarmid/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2011 às 10h49.

Caracas - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, delegou neste sábado alguns poderes ao seu vice-presidente e a outro funcionário do alto escalão, incluindo poderes orçamentais e desapropriações, antes de partir para Cuba e continuar um tratamento contra um câncer.

Pela primeira vez em mais de doze anos de governo, Chávez cedeu parte de seus poderes e atribuições administrativas por decreto, depois de receber, neste sábado, autorização da Assembléia Nacional para sair do país e prosseguir na ilha a luta contra o câncer.

"Vou delegar ao vice-presidente, Elías Jaua, e ao ministro das Finanças, Jorge Gordani, algumas decisões que até agora tocavam a mim, as assinaturas e as decisões, aqui está o decreto", disse Chávez em uma reunião de gabinete na televisão.

Chávez teve um grande tumor removido no mês passado em Cuba e marcou para retornar à ilha caribenha neste sábado, para a quimioterapia. Ele não disse que tipo de câncer tem ou por quanto tempo ele ficará fora do país.

O ex-soldado, que chama Fidel Castro de seu mentor, tem polarizado a política no hemisfério ocidental desde que tomou posse em 1999, com ataques freqüentes aos Estados Unidos, aquisições agressivas no vital setor de petróleo da Venezuela e nacionalizações de grandes áreas da economia do país.

Ele mencionou algumas decisões orçamentais e expropriações, entre os poderes delegados aos seus funcionários. O governo socialista de Chávez faz amplo uso de nacionalizações e expropriações para redistribuir a riqueza.

Oponentes dizem que é impossível para Chávez governar a nação membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com 29 milhões de habitantes de uma cama de hospital cubano. O presidente no entanto resistiu aos pedidos de afastamento evocando um breve golpe contra ele em 2002.

Chávez fez duas cirurgias que descreveu como "complicadas" em Cuba no mês passado --a primeira de um abcesso pélvico e outra para remover um tumor de grande porte. Ele estava fora quase um mês até voltar a Caracas, em 4 de julho, um dia antes da comemoração da independência venezuelana.

Chávez estava se preparando para propor outro mandato de mais seis anos quando a doença o atingiu.

Ele ainda é o único candidato declarado à eleição do ano que vem, mas inevitavelmente será questionado sobre sua possibilidade de governar em função da doença.

No mínimo, sua campanha será menor e mais fraca do que ele gostaria. Na pior das hipóteses, ele pode ser forçado a desistir.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCâncerDoençasHugo ChávezPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Imigração dos EUA se desculpa após deter cidadãos americanos que falavam espanhol

EUA congelam financiamento federal para ONGs que atendem migrantes

Trump confirma contatos com Moscou para repatriar vítimas russas de acidente aéreo

Após acidente, Trump ordena revisão de protocolo aéreo e mudanças de contratação feitas com Biden