"Charlie Hebdo": a revista convocou um concurso de caricaturas em dezembro passado para manifestar seu apoio aos protestos no Irã (Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 14h49.
Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 14h53.
A revista satírica francesa Charlie Hebdo, cujas caricaturas de autoridades religiosas e do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, provocaram uma crise diplomática entre Paris e Teerã na semana passada, voltou a ironizar o regime islâmico.
O "site comercial da Charlie Hebdo" foi hackeado, garantiu o diretor da revista, o cartunista Riss, que suspeita que os ataques "muito provavelmente" foram "realizados pelo Irã".
Na semana passada, a capa da revista semanal mostrava uma fila de homens barbudos representando mulás (religiosos muçulmanos) entrando na vagina de uma mulher. Na edição que será publicada nesta quarta-feira, eles saem pelo ânus, após "terem precisado de uma semana para encontrar a saída".
"Eles não parecem ter achado muita graça das caricaturas", disse Riss em seu editorial.
A Charlie Hebdo publicou, ainda, uma seleção de mensagens de apoio de iranianos, reproduzidas só com o nome dos remetentes, enviadas da França e de países no exterior.
A revista, cujos colaboradores têm proteção policial, convocou um concurso de caricaturas em dezembro passado para manifestar seu apoio aos protestos no Irã, que se seguiram à morte de uma jovem iraniana após ter sido interpelada por supostamente descumprir o rígido código de vestimenta da polícia da moralidade.
Em reação à polêmica publicação, o Irã fechou na semana passada o Instituto Francês de Pesquisa no Irã (IFRI), localizado na capital, Teerã.
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