Mercosul: o chanceler paraguaio reiterou que seu país se opõe a que a Venezuela assuma a presidência do bloco de integração regional (Norberto Duarte/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2016 às 18h19.
Diante do impasse sobre a presidência pro tempore do Mercosul, deixada pelo Uruguai na última sexta-feira (29) sem a transferência oficial do comando para a Venezuela, o ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, disse hoje (1º) que seu país, a Argentina e o Brasil estão em contato permanente em busca de uma saída para a grave crise institucional do bloco.
“Estamos em contato permanente para ver como podemos avançar. A Argentina apresentou um projeto e estamos trabalhando para encontrar o caminho que nos leve à normalização da presidência do Mercosul”, disse Loizaga em entrevista coletiva.
O chanceler paraguaio reiterou que seu país se opõe a que a Venezuela assuma a presidência do bloco de integração regional porque Caracas deve cumprir certos requisitos e normas internas, além do protocolo de direitos humanos, que, segundo ele, não são respeitados no país presidido por Nicolás Maduro.
Na sexta, o Uruguai deu por encerrada sua gestão no comando do Mercosul, após mandato de seis meses, mas não anunciou a transferência para a Venezuela, próximo país na linha sucessória, que obedece ordem alfabética.
Para o Uruguai, não há argumentos jurídicos que impeçam a transferência da presidência temporária do bloco para a Venezuela, mas Brasil e Paraguai se opõem por causa da situação política do país bolivariano.
O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, reconheceu este fim de semana que a situação do Mercosul é grave e que “é preciso esperar que a Venezuela convoque alguma reunião” para saber como os demais sócios do bloco reagirão.
Apesar de não informar publicamente que assumiu a presidência pro tempore do Mercosul, a Venezuela considera o caso encerrado. Em sua agência oficial, a Agência Venezolana de Notícias, o governo de Maduro informa que recebeu cumprimentos do presidente da Bolívia, Evo Morales, pela chegada ao comando do bloco regional.
Os governos do Brasil e da Argentina ainda não se manifestaram oficialmente sobre a questão.