Dilma Rousseff e Michelle Bachelet: reunião entre as duas presidentes ocorreu antes da cerimônia de posse da nova líder chilena (Divulgação/Presidência da República/Roberto Stuckert)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2014 às 13h29.
Valparaíso - Doze chefes de Estado da América Latina e do Caribe assistiram hoje (11), na cidade de Valparaíso, onde funciona o Congresso chileno, à posse de Michelle Bachelet, que assumiu pela segunda vez a Presidência do Chile. Antes da cerimônia, Bachelet teve uma reunião bilateral com a presidente Dilma Rousseff.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que também tinha encontro marcado, cancelou, de última hora, a viagem por causa da crise em seu país.
Em entrevista, Dilma disse que a situação da Venezuela não será discutida pelos presidentes, que estão comemorando a posse de Bachelet, mas vai ser tema de reunião amanhã (12), em Santiago, dos chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
"Os presidentes determinaram a seus ministros de Relações Exteriores que façam uma reunião e criem uma comissão que pode, inclusive, ser de todos os países da região", disse Dilma. Segunda ela, a comissão pode servir para ajudar a construir "um ambiente de acordo, consenso, estabilidade na Venezuela".
Dilma disse que a posição do Brasil é defender "a manutenção da ordem democrática" e citou como exemplo a reação brasileira à crise paraguaia de 2012, desencadeada pela destituição do então presidente Fernando Lugo. Os governos brasileiro, argentino e uruguaio suspenderam o Paraguai do Mercosul - o bloco regional que passou a ser integrado também pela Venezuela.
"Houve um momento de stress que hoje foi perfeitamente superado", disse ela.
A ausência de Maduro na posse de Bachelet aliviou a tensão na coligação que apoia o novo governo. A ala mais conservadora, representada pela Democracia Cristã, responsabiliza Maduro pela violência que tomou conta do país e resultou na morte de mais de 20 pessoas, entre elas uma estudante chilena.
No outro extremo, o Partido Comunista chileno defende Maduro, alegando que ele foi vítima de um complô da direita para derrubar o governo. A crise foi desencadeada há quase um mês, por protestos contra a inflação e o desabastecimento.