A chanceler alemã, Angela Merkel: em discurso, ela condenará novamente as declarações hostis aos judeus realizadas em manifestações pró-palestinas (Tobias Schwarz/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 15h04.
Berlim - A chefe de governo alemã, Angela Merkel, falará em um comício contra o antissemitismo neste domingo em Berlim, e condenará novamente as declarações hostis aos judeus realizadas em manifestações pró-palestinas durante a ofensiva israelense em Gaza.
O comício será realizado 75 anos após o início da Segunda Guerra Mundial, durante a qual o regime nazista matou seis milhões de judeus, e coincidirá com um encontro do Congresso Judeu Mundial (CJM) na capital alemã.
O comício, organizado pelo Conselho Central dos Judeus na Alemanha, será realizado no centro de Berlim, a poucas centenas de metros do Memorial do Holocausto.
O Conselho espera reunir milhares de pessoas ao grito de "Ergam-se! Nunca mais ódio contra os judeus!".
Líderes políticos e religiosos, assim como o presidente do CJM, Ronald Lauder, também falarão durante o evento.
Em julho, após o lançamento da ofensiva israelense em Gaza, a chanceler condenou gritos ouvidos em manifestações pró-palestinas, que diziam que os judeus deveriam ser mortos com gás ou que "os sionistas são fascistas, matam crianças e civis".
Merkel afirmou que estas "declarações são um ataque à liberdade e à tolerância e uma tentativa de atentar contra nossos valores democráticos".
Por sua vez, o CJM declarou ter escolhido Berlim para seu encontro anual, que será realizado de domingo a terça-feira, antes da ofensiva israelense em Gaza, com o objetivo de destacar "o renascimento judeu na Alemanha" e honrar o país por seu apoio ao Estado de Israel.
Cerca de 200.000 judeus vivem neste país, a terceira comunidade judaica na Europa depois da Grã-Bretanha e da França.
Por último, o rabino Daniel Alter, que tem a seu cargo temas vinculados ao antissemitismo na comunidade judaica de Berlim, lembrou um estudo pedido pelo governo em 2011, segundo o qual 25% dos alemães têm um sentimento antissemita latente, superior aos 5% ou 10% que fazem abertamente comentários antissemitas.