Boko Haram: o Chade faz parte da força multinacional para lutar contra o grupo terrorista (AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 08h13.
Nairóbi - O governo chadiano decretou o estado de emergência na região do lago Chade, perto da fronteira com a Nigéria, por se tratar do "ponto de entrada" ao país do grupo terrorista nigeriano Boko Haram.
A decisão, anunciada no final da noite de ontem, ajuda a proibição de circulação de pessoas e veículos durante certas horas do dia a fim de garantir a segurança na zona, explicou o porta-voz do governo, Hassan Sylla Bakari, citado pela imprensa local.
Esta drástica medida entra em vigor porque a região do lago Chade, onde ocorreram vários ataques terroristas nos últimos meses, continua sendo o principal ponto de entrada dos jihadistas, explicou Bakari.
O Chade, que conta com um dos contingentes militares mais poderosos da região, faz parte da força multinacional para lutar contra o Boko Haram.
Segundo o porta-voz governamental, o país se transformou em alvo dos terroristas como represália ao desdobramento de seus militares na Nigéria e Camarões para acabar com os jihadistas.
Neste fim de semana, o Chade retirou os 5 mil soldados que faziam parte do contingente destacado no norte de Camarões para lutar contra o grupo terrorista.
Segundo o ministro chadiano de Defesa, o general Benaïndo Tatola, a razão da retirada é que a força conjunta iniciada pelos países da zona será responsável pelas operações militares contra o grupo nesta região cameronesa.
Nigéria, Chade, Camarões, Níger - países-membros da Comissão da Cuenca do lago Chade - e Benin acordaram em fevereiro criar uma força multinacional de 8,7 mil soldados para lutar contra o Boko Haram, embora seu desdobramento tenha sido atrasado em várias ocasiões.
Apesar da força não está formalmente em operação, no terreno seus exércitos participaram de operações conjuntas para expulsar os jihadistas das cidades que controlavam no nordeste da Nigéria.
Em outubro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o envio de até 300 militares americanos a Camarões por um tempo indefinido e com o objetivo de coordenar operações de vigilância, inteligência e reconhecimento na região.