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Cessar-fogo é ameaçado na Síria apesar de observadores

Ativistas denunciaram os bombardeios do exército sírio na cidade de Homs, no centro do país, e combates contra soldados desertores na província setentrional de Idlib

Tropas bombardearam bairros da parte antiga da já castigada cidade de Homs  (YouTube/AFP)

Tropas bombardearam bairros da parte antiga da já castigada cidade de Homs (YouTube/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 20h21.

Cairo - O governo da Síria manteve nesta segunda-feira suas ações militares em vários redutos opositores do país apesar da chegada, ontem à noite, dos primeiros observadores da ONU, o que ameaça o já frágil cessar-fogo em vigor.

Os ativistas denunciaram os bombardeios do Exército sírio na cidade de Homs, no centro do país, e combates contra soldados desertores na província setentrional de Idlib.

Mais de dez pessoas morreram hoje em ações que põem em risco a situação de cessar-fogo, que foi decretado na quinta-feira passada e representa uma diminuição do nível de violência, mas não seu fim completo.

Pelo menos quatro civis morreram hoje atingidas por disparos das forças sírias que enfrentaram grupos de desertores em Idlib, segundo a rede Comitês de Coordenação Local (CCL) e o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Além disso, as tropas bombardearam bairros da parte antiga da já castigada cidade de Homs e os franco-atiradores dispararam contra os habitantes de Hama, também no centro do país.

Nesta última província, na localidade de Latmaneh, um ativista identificado como Abu Hisham explicou à Agência Efe por telefone que houve manifestações contra o regime, apesar das campanhas de detenção realizadas pelas forças de segurança sírias.

Hisham assegurou que os tanques do Exército sírio continuam nas ruas, o que transgride o plano de paz proposto pelo mediador internacional Kofi Annan e aceito por Damasco.

Tal iniciativa contempla o cessar das hostilidades, a retirada das tropas das cidades, a libertação dos detidos de forma arbitrária, o acesso à ajuda humanitária e o início de um diálogo político na Síria, entre outros pontos.


Ontem à noite, seis observadores militares não armados das Nações Unidas - dirigidos pelo coronel marroquino Ahmed Himmiche - chegaram à Síria para supervisionar o cumprimento do plano de paz.

A missão da ONU começou hoje seu trabalho com o objetivo de se reunir com dirigentes do governo sírio e representantes da oposição para explicar sua incumbência, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Bruxelas.

Ban também pediu às partes em conflito a ''máxima'' contenção para consolidar o cessar-fogo e permitir o trabalho dos observadores, cujo número está previsto que suba para 30 nos próximos dias.

Em um tom severo, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, alertou que o envio de uma missão completa de observadores ao país árabe poderia estar em risco se a violência prosseguir e não for respeitado o cessar-fogo.

Em seu quinto dia de trégua, o regime sírio e a oposição mantiveram sua troca de acusações sobre as violações cometidas, sem que os jornalistas pudessem verificar de forma independente o que ocorre devido às restrições impostas pelas autoridades.

Desde que começaram os protestos contra o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, em março de 2011, mais de 9.000 pessoas morreram, 200 mil tiveram que deixar suas casas rumo a outros lugares do país, e cerca de 30 mil se refugiaram nos países limítrofes, segundo dados da ONU. 

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